Cansado e dorminhoco, 1º satélite brasileiro bate recorde ao superar a Nasa.
A moeda era o cruzeiro real, Itamar Franco ocupava a presidência da República, a seleção de futebol ainda não tinha conquistado o tetracampeonato mundial e a internet só estrearia por aqui dali a dois anos.
Quando foi lançado, em fevereiro de 1993, o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados 1) marcava época por ser o primeiro desenvolvido, construído e operado pelo Brasil. Após 30 anos, 4 meses e 4 dias, no último sábado (17), ele bateu um recorde:
é o equipamento enviado ao espaço para observação da Terra há mais tempo em operação na órbita do planeta. Para fazer isso, superou duas barreiras.
Primeiro, deixou para trás as agências espaciais norte-americana (Nasa) e japonesa (Jaxa), que projetaram o satélite Geotail, lançado em 24 de julho de 1992 e desativado em 28 de novembro de 2022, que era o recordista anterior.
Mais que isso, também ultrapassou a própria expectativa de vida em mais de 30 vezes, visto que foi projetado para durar apenas um ano.
Satélites pequenos mais modernos, em geral, param de funcionar após uns cinco anos. Depois, permanecem em órbita como lixo espacial por no máximo 25, até serem arrastados em direção à Terra para uma morte flamejante em nossa atmosfera.
Até isso o SCD-1 já superou.
Responsável pelo projeto, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) classifica o satélite como “um tributo à competência da engenharia espacial brasileira”.
Hoje, porém, ofuscado por novas tecnologias e pelo sucateamento da ciência brasileira, este velhinho vive em um limbo.
Muitos lembram dele com nostalgia, mas é até difícil conseguir informações detalhadas sobre seu papel atual. O SCD-1 já percorreu mais de 7 bilhões de quilômetros, girando em torno do planeta. Daria quase para ir a Marte e voltar duas vezes.
Quando o SCD-1 foi lançado, os modelos de previsão do tempo ofereciam apenas 50% de acerto no Brasil. Mas isso eu poderia fazer sem um computador. Era só jogar uma moeda. Com o SCD, chegamos a 80% de precisão, entre os melhores do mundo.
Fonte:
[Espaco]
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