O planeta Júpiter é o maior entre todos do Sistema Solar. E ele ganha disparado. Se fosse oco, dentro dele caberiam todos os outros planetas ou mais de 1.300 mundos iguais ao nosso.
Se fosse chato como um disco, seriam necessários quase doze diâmetros da Terra para cobri-lo de ponta a ponta. Júpiter é um globo multicolorido de gás, 85% hidrogênio, o elemento químico mais abundante e mais simples do Universo, com apenas um elétron e um próton.
O hidrogênio é também principal constituinte de uma estrela. E “por pouco” Júpiter não se transformou numa delas.
Estrela Diet
AS ESTRELAS PRODUZEM ENERGIA através de uma reação chamada fusão nuclear. Dois núcleos de hidrogênio colidem, em altíssima velocidade, e se fundem num núcleo de hélio, liberando enormes quantidades de energia.
Para isso acontecer é preciso haver uma colossal massa desse gás, confinada de modo a atingir pressões e temperaturas extremas, que desencadeiam a reação nuclear.
Júpiter apenas não acumulou massa suficiente para se tornar uma estrela (na verdade, estima-se que seria necessário no mínimo dez vezes mais massa!).
Mesmo assim, 25.000 km abaixo do seu topo gasoso a pressão atinge a respeitável marca de 3 milhões de vezes a pressão na Terra ao nível do mar.
A hipótese de Júpiter ser “uma estrela que não deu certo” não é de todo um exagero. Na parte infravermelha do espectro, isto é, considerando frequências abaixo da luz vermelha, Júpiter de fato se comporta como um sol.
É claro que a temperatura no topo das nuvens do planeta está abaixo de zero, mas é nas profundezas de sua atmosfera, onde a pressão é altíssima, que as coisas ficam realmente quentes.
Caso tivesse se tornado uma estrela de verdade viveríamos num sistema solar binário e as noites poderiam ser raras. Deve haver muitos mundos assim no Universo, pois estrelas duplas não são incomuns.
Fonte:
Costa, J. R. V. Júpiter, quase uma estrela. Astronomia no Zênite, dez 1999. Disponível em: http://www.zenite.nu/jupiter-quase-uma-estrela/