A ideia de que as florestas são o pulmão do mundo é controversa. O planeta é quase todo de água (aproximadamente 70%), então quem mais faz fotossíntese são as algas (e não as árvores).
Porém, as florestas não deixam de ter importância porque elas que controlam a quantidade de água que temos disponível em nossos rios, por exemplo. Mais do que um pulmão, as florestas são nossas caixas d’água e merecem proteção!
A Amazônia não é o pulmão do mundo
Defender a Amazônia é uma necessidade. Mas nada justifica mentira e desinformação. A Amazônia não produz 20% do oxigênio do mundo.
O fato é que todas as selvas e bosques do planeta, juntos, produzem 24%. E tem um detalhe: a floresta consome praticamente tudo.
Logo, essa história de “pulmão do mundo” não confere. Na verdade, são as algas marinhas que fazem a maior parte desse trabalho – elas jogam na atmosfera quase 55% de todo o oxigênio produzido no planeta.
E mais: florestas como a Amazônia, segundo os cientistas, são ambientes em clímax ecológico. Isso quer dizer que elas consomem todo – ou quase todo – o oxigênio que produzem.
As estimativas variam, mas todas indicam que a parcela de oxigênio excedente fornecida pela Amazônia para o mundo é bem pequena.
É que, além de produzir oxigênio na fotossíntese (enquanto sequestram gás carbônico da atmosfera e o transformam em matéria-prima para galhos e folhas), as árvores também respiram – consumindo oxigênio e liberando gás carbônico. No fim, a relação entre produção e consumo tende a ficar no empate.
Isso não significa, contudo, que derrubar a floresta não impactaria o clima do planeta
Ao contrário: quando não alimentam a indústria legal ou ilegal de madeira, árvores derrubadas se decompõem, liberando gás carbônico e agravando o problema do aquecimento global.
Além disso, já se sabe que, de várias maneiras, a Amazônia produz sua própria chuva e influencia o regime pluviométrico de outras regiões.
Segundo os cientistas, ela lança na atmosfera uma quantidade inimaginável de partículas de origem biológica – de pedacinhos de plantas a fungos e moléculas orgânicas.
Levadas pelo vento, essas partículas acabam virando núcleos de condensação de nuvens (em torno dos quais o vapor d’água se transforma em gotículas ou cristais de gelo).
É por isso, entre outros fatores, que as chuvas são tão abundantes na Amazônia. Quanto mais o desmatamento avança, mais elas tendem a rarear – colocando em risco o delicado equilíbrio da floresta.
Produção de oxigênio no mundo
Algas marinhas – 54,7%
Bosques e florestas – 24,9%
Estepes, campos e pastos – 9,1%
Áreas cultivadas – 8,0%
Algas de água doce – 0,3%