Imagine a seguinte situação: uma briga começa no meio da rua e você vê um robô policial patrulhando a área. A reação natural seria ir até o robô, apertar o botão de emergência e esperar a ajuda chegar.
Foi isso o que uma mulher na Califórnia tentou fazer, mas o robô não estava nem aí para a situação. Na verdade, ele pediu para que ela saísse do caminho e continuou como se nada tivesse acontecido.
De acordo com a NBC News, Cogo Guebara viu o robô da polícia logo depois de uma briga começar no estacionamento de Salt Lake Park.
Apesar de pressionar o botão de emergência várias vezes, o robô apenas pediu que Guebara se afastasse e continuou a fazer o seu caminho pré-programado, dizendo às pessoas para manter o parque limpo.
Alguém teve que ligar para o 911 à moda antiga e, quinze minutos depois, uma mulher envolvida na briga foi colocada numa maca, com um sangramento na cabeça.
O robô em questão é o HP RoboCop – um robô de segurança que se parece com o Dalek, de Doctor Who, e que tem a palavra “POLICE” estampada. Ele é operado pela Knightscope, uma empresa cujos robôs são famosos pelas tolices, como se acidentar com crianças e cair em fontes.
Normalmente, os robôs Knightscope são empregados como seguranças de shopping. Porém, neste caso, o HP RoboCop faz parte de um programa piloto do departamento de polícia de Huntington Park e, por isso, tem o “POLICE” estampado em sua carcaça.
Por que RoboCop foi tão inútil?
Aparentemente, o botão de alerta ainda não está conectado ao departamento de polícia. Em vez disso, as chamadas são redirecionadas para a Knightscope.
E embora ele capture vídeo ao vivo 24 horas por dia, 7 dias por semana, o departamento de polícia também não pode acessar esse material em tempo real.
Por fim, ele fica restrito a calçadas de cimento, o que significa que ele não consegue monitorar nenhum lugar além da extremidade norte do Huntington Park.
Em resumo, o HP RoboCop é um robô que só pode patrulhar uma área limitada, não é capaz de chamar por ajuda e todas as imagens que ele captura não são ficam imediatamente disponível para o departamento de polícia local.
E tem mais: esse RoboCop inútil custa de US$ 60 mil (R$ 245 mil) a US$ 70 mil (R$ 285 mil) por ano, pelo aluguel. O valor é equivalente ao salário de um policial humano do departamento de Huntington Park, que provavelmente teria sido mais efetivo em parar a briga.
Os moradores da região disseram à NBC News que a presença do robô faz com que eles se sintam mais seguros, mas dada a sua inutilidade, fica claro que os robôs Knightscope são placebos caros.
Apesar disso, é compreensível que alguns americanos possam preferi-lo aos policiais humanos, já que fazem patrulha e não atiram em ninguém.
Em geral, a robótica ainda é uma tecnologia que está dando seus primeiros passos.
Embora os robôs Boston Dynamics representem um passo à frente na engenharia, o custo e as capacidades reais do que os robôs podem fazer raramente correspondem ao que os entusiastas prometem.
Veja os robôs que são fabricados para fazer companhia. No ano passado, muitos robôs sociais de alto nível foram retirados do mercado.
Apesar de serem bonitinhos, funcionalmente eles não são muito melhores do que os assistentes de voz e custam muito mais. As empresas perderam uma grana porque seus robôs não conseguiram encontrar um público mais amplo.
O fracasso do HP RoboCop é apenas mais um exemplo. A fabricante chegou a anunciar um concurso de redação, convidando estudantes a escreverem como o robô poderia ajudá-los a se sentirem mais seguros após tiroteios em Parkland. A ideia era enviar o robô de patrulha K5 para a escola vencedora. Não parece ser uma ideia eficaz.