O misterioso sinal padrão de repetição de uma FRB
Astrônomos analisaram dados de telescópio e da literatura sobre uma rajada rápida de rádio (FRB, na sigla em inglês), e identificaram uma periodicidade de 157 dias com base em dados coletados ao longo de cinco anos.
Se a periodicidade for real, de acordo com os pesquisadores, pode indicar que essas rajadas em repetição podem ter um tempo de atividade tão extensa que seria difícil conciliar com modelos de precessão de estrelas de nêutron.
O sinal chamado FRB 121102 foi bem estudado, mas não havia sido encontrado um padrão na repetição até o momento.
Ele dispara durante 90 dias e depois fica em silêncio por 67 dias, como foi detalhado em um artigo sobre a descoberta divulgado na publicação Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
FRBs são pulsos de rádio que duram alguns milissegundos. Embora a natureza deles ainda seja um mistério, sabe-se que são flashes extragalácticos que liberam em seu curto tempo de duração energia que o nosso Sol leva quase um século para emitir.
Ciclo de 157
Uma FRB foi detectada pela primeira vez em 2007 e até agora foram descobertas mais de 100. Os cientistas não têm clareza quanto ao motivo desse ciclo, mas levantaram algumas ideias.
Essas rajadas periódicas podem ser provocadas por oscilação no eixo rotacional de uma estrela de nêutrons altamente magnetizada, por exemplo. Também pode ser provocado pelo movimento orbital de uma estrela de nêutron em um sistema binário.
Os pesquisadores envolvidos nesse estudo consideram que o efeito da oscilação no eixo deveria apresentar um efeito com duração de semanas.
Isso seria semelhante ao que ocorre com a FRB 180916’s que tem um ciclo de 16 dias. Já a FRB 121102 tem um ciclo quase 10 vezes mais longo. Ainda assim, cada FRB pode ter uma causa diferente para a sua periodicidade.
O coautor do estudo Duncan Lorimer considera que é preciso estudar um maior número de FRBs para ter uma compreensão melhor da causa da periodicidade e clareza em relação à origem desses fenômenos. O estudo foi liderado por Kaustubh Rajwade da Universidade de Manchester, na Inglaterra.
Assista ao vídeo abaixo do canal Space Today para saber mais: