Crânio descoberto revela mudanças evolutivas de espécie humana extinta

Espécie

Pesquisadores australianos da Universidade La Trobe concluíram o estudo do crânio de um Paranthropus robustus, espécie “prima” dos humanos. O fóssil havia sido encontrado em 2018, na África do Sul, por estudantes canadenses.

As novas análises, publicadas no último dia 9 de novembro na revista Nature Ecology & Evolution, apontam que mudanças climáticas severas ocorridas há 2 milhões de anos causaram alterações anatômicas nesses hominídeos.

A espécie de dentes grandes e cérebro pequeno fez com que os cientistas voltassem a discutir algumas pré-definições sobre o passado desse grupo.

Antes, os pesquisadores acreditavam que machos e fêmeas viviam separadamente, e os diferenciavam com base no tamanho do crânio – com os fósseis femininos sendo menores.

Entretanto, o novo espécime, descoberto na região sulafricanada de Drimolen, é pequeno e do sexo masculino

Batizado de “DNH 155”, ele difere de outro P. robustus encontrado nas proximidades de Swartkrans, onde a maioria dos fósseis da espécie foram achados até hoje.

Os pesquisadores se dispuseram a investigar os motivos para essas diferenças de tamanho e viram que a dieta do grupo mudou abruptamente depois que o ambiente úmido da região ficou mais seco.

Fóssil
Fóssil “primo” dos humanos revela mudanças microevolutivas (Foto: Universidade La Trobe)

Isso fez com que a vegetação local mudasse, e esses seres foram obrigados a mudar também sua alimentação. Crânio, mandíbulas e dentes foram adaptados para comer alimentos mais duros e, por isso, aumentaram de tamanho.

“Isso nos permite fazer perguntas muito específicas sobre os processos evolutivos. Por exemplo, agora sabemos que o tamanho do dente muda com o tempo na espécie, o que levanta a questão de por que isso aconteceu.

Há razões para acreditar que as mudanças ambientais colocaram essas populações sob estresse alimentar, e isso aponta para pesquisas futuras que nos permitirão testar essa possibilidade.”, disse Angeline Leece, uma das autoras do estudo, em nota.

Os pesquisadores acreditam que essa descoberta servirá de alerta para o reconhecimento de outras espécies a partir de fósseis.

Isso porque um grande número de “parentes” de humanos foram descobertos nos últimos 40 anos, e muitas dessas novas designações são baseadas apenas em um pequeno número de fósseis de um ou alguns locais em pequenas áreas geográficas e curtos intervalos de tempo.

Fonte:

Revista Galileu

[Evolução]