Natrium: reator nuclear experimental que vai ser construído por Bill Gates

Natrium

“Um ponto de inflexão para o setor de energia”.

Assim foi apresentado o novo modelo de reator nuclear intitulado Natrium.

O projeto piloto foi desenvolvido pelo fundador da Microsoft Bill Gates, e pelo investidor multimilionário Warren Buffett.

A iniciativa é parte do objetivo de Gates para impulsionar as energias renováveis e o combate às mudanças climáticas.

Os conceitos nuclear e renovável podem soar antagônicos. Porém, pequenos reatores avançados, que funcionam por meio de combustíveis diferentes dos tradicionais, são vistos por alguns setores como uma tecnologia-chave livre de emissões de gases de efeito estufa e que pode complementar o fornecimento de eletricidade em situações de baixa produção de energia eólica e solar.

O projeto piloto será construído em uma usina de carvão desativada em Wyoming, nos Estados Unidos, o estado com a maior produção de carvão do país.

Como funciona o reator

A iniciativa é um novo conceito de geração e armazenamento de energia que combina um reator rápido de sódio com um sistema de armazenamento de sais fundidos capaz de produzir 345 megawatts, explica a TerraPower, em seu site.

A empresa afirma que o sistema de armazenamento será capaz de aumentar a produção de energia para 500 megawatts de eletricidade por mais de cinco horas e meia quando necessário, quantidade suficiente para fornecer energia a cerca de 400 mil residências.

Preocupações

Mas projetos desse tipo geram certa desconfiança em alguns setores.

A Union of Concerned Scientists (UCS, sigla para União de Cientistas Preocupados, em tradução livre), um grupo de defesa da ciência sem fins lucrativos dos Estados Unidos, alertou que reatores avançados como o Natrium podem representar um risco maior do que os convencionais.

“As tecnologias (desses reatores) são, sem dúvida, diferentes dos reatores atuais. Mas não está nada claro se são melhores”, declarou Edwin Lyman, diretor da UCS, à Reuters.

No relatório, o grupo alerta que o combustível para muitos reatores avançados teria de ser enriquecido a uma taxa muito maior que o combustível tradicional.

Isso significa, segundo os estudiosos, que a cadeia de abastecimento de combustível poderia ser alvo atraente para terroristas que buscam criar uma área nuclear rudimentar.

Fonte:

Olhar Digital

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