Tubarões brancos estão sendo caçados por duas orcas desde 2017

Orcas

Essas duas orcas estão assassinando tubarões brancos deste 2017

Tubarões brancos são grandes predadores primários (ou “superpredadores”) dos mares, podendo chegar até 6 metros (m) de comprimento, várias fileiras de até 300 dentes serrados e nadar a velocidades de até 56 quilômetros por hora (km/h). Em resumo: um torpedo vivo com muitos dentes, gosto por carne e que sente cheiro de sangue a enormes distâncias.

Do outro lado, as orcas – vulgarmente chamadas de “baleias assassinas” mesmo não sendo baleias (mas totalmente assassinas, como você vai descobrir logo abaixo) – podem chegar a 10 m de comprimento e pesar até nove toneladas (9.000 kg), mas julgando apenas pela aparência, parecem mais uma bolacha “Oreo” com um sorriso recheado de dentes.

As duas baleias em questão foram nomeadas devido a uma similaridade: suas barbatanas dorsais estão viradas de lado, como se fosse um “topete” – a que tem a barbatana para a direita é “Port” (“Bombordo”, na tradução) e aquela virada para a esquerda é “Starboard” (“Estibordo”).

Aos números:

desde 2017, cerca de oito cadáveres de tubarões brancos foram identificados pelos pesquisadores da Dyer Island Conservation Trust, na África do Sul. Alguns, inclusive, estavam “chipados” – ou seja, haviam sido capturados pela ONG, marcados com sistemas de localização e monitoramento e, em seguida, devolvidos ao mar.

Esses cadáveres apresentavam intensos sinais de luta e vários órgãos a menos: salvo por apenas um dos casos, todos os corpos estavam sem o fígado e, em pelo menos um deles, o coração também havia sido arrancado.

Vale lembrar, até aqui, que isso não é exatamente incomum: orcas tendem a “trombar” com tubarões a fim de virá-los de cabeça para baixo, induzindo um efeito conhecido como “imobilidade tônica” – o tubarão, basicamente, fica incapaz de se mexer e pode até se afogar.

A partir daí, as orcas estraçalham a “barriga” e buscam primeiro o fígado, o órgão com maior concentração de sangue e carne nutritiva. Entretanto, combates entre as duas espécies não são lá muito frequentes e orcas normalmente evitam esses confrontos.

A ONG percebeu, no entanto, que a quantidade de avistamentos de tubarões brancos caiu grandemente por toda a região litorânea da África do Sul – Gansbaai, sobretudo, era um terreno dominado por eles, e agora têm poucos exemplares dos animais, como resposta à presença ampliada das orcas.

Gansbaai fica a mais ou menos 120 quilômetros (km) da Cidade do Cabo. Ao longo de todo ano, a presença de tubarões brancos fez da região um grande pólo turístico para quem quer observar esses animais.

No entanto, Towner disse que, “assim que a primeira orca foi avistada”, um cadáver de tubarão branco encalhou em uma praia próxima.

A ONG ainda não sabe o que fez essas duas orcas, especificamente, se especializarem em atacar tubarões brancos

Nos anos seguintes, outros cinco corpos foram encontrados – completamente destroçados e sem o fígado. Todos os encontros com os cadáveres sucediam avistamentos de uma das ou as duas “baleias”, que parecem andar em conjunto.

Seis meses contados a partir do primeiro avistamento das orcas, o número de encontros com tubarões brancos caiu – eram em média seis por dia, descendo para um.

Entretanto, todas essas teorias são especulativas e maiores observações das duas “baleias” são necessárias. O problema é que, sempre que alguém as vê, um tubarão morto aparece logo em seguida. Embora a contagem oficial de corpos seja de oito, é bem provável que elas tenham matado bem mais (orcas comem, em média, algo entre 45 kg e 135 kg por dia), e esses outros corpos, ao invés de pararem em alguma praia, podem ter afundado no mar aberto.

Fonte:

Olhar Digital

[Natureza]