Os “historiadores” que acreditam que vivemos no ano de 1726

Historiadores

De acordo com a Hipótese do Tempo Fantasma, há historiadores que acreditam que o ano que passou – 2022 – foi, na verdade, 1725. Assim, segundo eles, 2023 é o ano de 1726.

Na década de 1990, vários historiadores alemães propuseram uma ideia radical: a Idade Média não existiu e estamos a viver no século XVIII, conta o IFLScience.

Em 1582, o Papa Gregório XIII introduziu o calendário gregoriano. Antes disso, a maior parte do mundo romano e da Europa usava o calendário juliano, proposto por Júlio César em 48 a.C.

Para tentar vincular o calendário ao ano solar – o tempo que a Terra demora a dar uma volta ao Sol, o calendário Juliano tinha um ano bissexto a cada quatro anos, no qual um dia extra era adicionado.

O problema era que, como o ano solar real tem 365,24219 dias, o calendário juliano ganha um dia a cada 128 anos. Para explicar isto, quando o calendário gregoriano foi introduzido, o papa Gregório deveria ter mudado a data em 13 dias. No entanto, após os seus cálculos, apenas mudou em 10 dias.

Assim, explica o portal, pode haver duas possibilidades: ou o papa fez mal os cálculos ou os 300 anos entre então e agora não existiram e grandes pedaços da história foram fabricados para propósitos ténues.

Descrita pela primeira vez por Heribert Illig em 1991, antes de ser expandida em 1995 por Hans-Ulrich Niemitz, a hipótese do tempo-fantasma afirma que há muito mais evidências do que apenas um papa que não prestou atenção às aulas de astronomia.

Num artigo, Niemitz apontou a falta de progresso no Ocidente nessa época, a falta de registos de grandes acontecimentos como a disseminação do Islamismo pelo Médio Oriente, e – segundo ele – o súbito desaparecimento e, depois, reaparecimento do povo judeu entre 711 e 1096.

“Um dos melhores exemplos, intensamente investigado, é a Capela de Aachen (ano 800), que parece ter surgido aproximadamente 200 anos mais cedo”, escreveu Niemitz. “A forma de construção de um arco mostrada nesta capela não tem antecessora”.

Conspiração

Segundo ele, edifícios de design semelhante não surgiram até vários séculos depois, em 1049. Para Niemitz, a melhor explicação é que virtualmente não passou nenhum tempo, mas centenas de anos foram inseridos no calendário provisório.

Niemitz propôs que Otto III, Sacro Imperador Romano, quisesse viver no ano 1000 “porque isso se adequava ao seu entendimento do milenarismo cristão”, mas tinha nascido centenas de anos mais cedo. Otto III e o papa reuniram-se e definiram a data como 1000, deixando um atraso de cerca de 300 anos a ser preenchido pelos cronistas.

Nessa versão dos acontecimentos, Otto III inventou Carlos Magno “como o herói modelo que ele mesmo queria ser”, antes que séculos depois outros embelezassem a sua história, enquanto outros acrescentavam a sua própria história inventada durante esse período.

A teoria, contudo, é fortemente contestada, uma vez que uma conspiração destas teria exigido uma quantidade totalmente irreal de cooperação e encobrimento. A humanidade tem registos incrivelmente bons de eventos astronômicos, que refutam a teoria por conta própria.

Fonte:

zap.aeiou.pt

[História]