Imagine um grande objeto vindo do céu em sua direção, você é um grande mamífero, mas ainda assim, provavelmente não escaparia.
Mas acredite este animal, conseguiu. São os animais chamados de Solenodons e tem uma característica peculiar: são venenosos. Algo bem diferente, para um mamífero.
Cientistas se aventuraram nas florestas da República Dominicana em busca de um dos poucos mamíferos venenosos que existem.
Juntamente com solenodonte–cubanos , são o último de uma linhagem cujas origens remontam a mais de 70 milhões de anos atrás.
Este animal insetívoro é quase cego, vive em tocas subterrâneas e geralmente sai à noite. Alguns cientistas pensam que é um fóssil vivo. Pois eles conservam traços primitivos como os dos primeiros mamíferos que viveram nos tempos dos dinossauros.
“Todos os estudos genéticos anteriores desta espécie foram baseadas em DNA extraído de animais mortos, alguns espécimes dissecados museu, e não permitiram a obtenção genoma completo”, diz Taras Oleksyk, um biólogo da Universidade de Puerto Rico em Mayagüez.
Com a ajuda de guias locais do sul da República Dominicana, os pesquisadores aprenderam como capturar solenodontes ao vivo, furtivamente, à beira das trilhas. “Quando você ouve o barulho de seus passos, você acende a lanterna. Eles não correm muito, então é relativamente fácil pegá-los pela cauda.
A primeira coisa que te surpreende é o quão grande eles são. Eles são do tamanho de um gato e pesam até dois quilos “, diz Oleksyk.
A equipe conseguiu capturar cinco animais vivos e extrair sangue da jugular sem ser mordido
Os animais foram libertados em apenas alguns minutos. Com o recolhimento das amostras e uma nova técnica matemática para analisar pequenas quantidades de DNA, os pesquisadores conseguiram o primeiro traço do Solenodon.
Os resultados confirmam que o solenodonte se separou de seu ancestral comum com musaranhos e outros mamíferos há cerca de 73 milhões de anos um asteroide de cerca de 15 quilômetros de diâmetro atingiu a península de Yucatán, no México, há 65 milhões de anos.
Causou uma cadeia de cataclismos e uma forte mudança climática. Isso eliminou dois terços de todas as espécies da Terra, incluindo os dinossauros.
O solenodonte sobreviveu ao impacto e continuou a viver isolado em Hispaniola. Os responsáveis pelo estudo acham que o animalé muito semelhante aos primeiros mamíferos que sobreviveram ao asteroide.
“Embora seja impossível protegê-lo sem fósseis, duvido que esses animais mudaram muito aspecto desde aqueles tempos”, argumenta Oleksyk.