Ao pensarmos em animais perigosos, é provável que não venha em mente algo parecido com uma bolsa d’água sem cérebro. Mas, quando o banhista ouve o grito “água-viva!”, ele logo fica de pé, feito um suricato, porque as águas-vivas deixam todo mundo ligado.
Admiradas por uns e temidas por outros, as águas-vivas são um gelatinoso amontoado de contradições. É hora de conhecer os incríveis superpoderes desses animais.
Algumas águas-vivas são compostas por 98 por cento de água
A parte principal da água viva, o corpo, é composta por duas finas camadas de células com material aquoso não vivo entre elas, afirma o biólogo especialista em águas-vivas Lucas Brotz, pesquisador de pós-doutorado na Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver.
Essa estrutura simples é um “truque evolutivo interessante”, segundo o biólogo, que as permite crescer e comer em maior quantidade sem o ônus de um metabolismo acelerado.
“Elas sobreviveram a todas as extinções em massa”, diz Brotz. Se por um lado a maioria das espécies já existentes no planeta está extinta, “esse grupo de bolsas d’água deu algum jeito de sobreviver” por mais de 600 milhões de anos.
Elas não querem te machucar
Os nematocistos são ativados pelo simples toque de qualquer matéria orgânica, inclusive o nosso corpo.
Os ataques de algumas águas-vivas, como as das águas-vivas-caixa do norte da Austrália e Indo-Pacífico, podem ser letais, mas outras dispõem de nematocistos que não penetram na pele humana.
No entanto, as águas-vivas não se ferem entre si. Provavelmente existem mecanismos químicos para evitar isso.
São perigosas mesmo mortas
Os nematocistos urticantes da água-viva são como aqueles assassinos de filme de terror que nunca desistem. É possível se ferir com um simples tentáculo solto, ou mesmo com o corpo de uma água-viva morta.
E se a pessoa comer uma lula que tenha ingerido uma água-viva sem a digerir completamente, essa água-viva também pode feri-la.