Os baobás estão morrendo e não é culpa do Pequeno Príncipe
Nos últimos 12 anos, 9 dos 13 baobás mais velhos do mundo morreram ou estão parcialmente mortos. Os pesquisadores não sabem a causa da morte das árvores mas acreditam que elas não estejam seguindo um padrão natural.
O baobá africano, Adansonia digitata, é a angiosperma viva mais antiga. Exemplares dela são encontrados nas regiões tropicais do continente africano e podem viver por mais de 2 mil anos.
Possuem, geralmente, um tronco de cavidade oca (que poderia abrigar cerca de 40 pessoas, de tão grande) e seus galhos altos parecem raízes que se erguem no ar. Os baobás podem sobreviver por milhares de anos porque periodicamente produzem novos caules, em um processo de renovação natural.
Para entender o funcionamento dessa renovação periódica, entre 2005 e 2017 um grupo de pesquisadores datou mais de 60 árvores em toda a África.
Utilizando uma técnica de datação por radiocarbono, o grupo verificou que 9 entre os 13 baobás mais antigos, e 5 entre os 6 maiores, morreram durante o período de realização do estudo.
Os pesquisadores acreditam que a mortalidade crescente dos baobás não tenha nada a ver com alguma doença ou epidemia e apostam suas fichas nas mudanças climáticas recentes.
Um estudo realizado em Madagascar em 2013, mostrou que as temperaturas crescentes e as variações nos períodos de chuva, estavam prejudicando 2 das 3 espécies de baobás ameaçadas de extinção.
Os pesquisadores consideram improvável que os baobás estejam morrendo de velhos, seguindo um padrão natural, já que mais de 70% deles morrem em um período muito curto.
Em contrapartida, se a culpa é das mudanças climáticas, porque só os exemplares mais antigos e maiores estão morrendo? Os pesquisadores ainda não tem essa resposta, e uma investigação mais profunda poderá apontar o real motivo.