Cientistas criaram avião estilo Star Trek que usa “propulsores de íons”

Avião

O avião do futuro

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulgaram nesta quinta-feira, 22, a construção do primeiro protótipo de avião do mundo sem partes mecânicas. A miniatura é movida a um sistema conhecida como “propulsão iônica”.

Um par de eletrodos são usados para acelerar íons e gerar um tipo de “vento” que faz o avião se lançar ao céu e se manter no ar.

A tecnologia permite substituir as turbinas e hélices usadas em aeronaves atuais, tornando-as potencialmente mais leves.

A propulsão iônica não é necessariamente uma novidade. O fenômeno é conhecida na natureza desde os anos 1960. A Apple chegou a considerar a hipótese de usar tecnologia semelhante para resfriar MacBooks em 2012, mas a ideia não foi adiante.

A miniatura usada para testar a tecnologia no MIT pesa apenas 2,45 quilos e possui uma bateria de 40.000 volts. Num avião de verdade, a propulsão iônica pode tornar voos mais seguros, confortáveis, sem barulho e de manutenção mais prática.

Tem uma série de eletrodos finos correndo através de suas asas, e na frente destes estão fios finos, enquanto na parte traseira é um aerofólio – uma superfície curva para produzir o elevador, como em uma asa plana regular.

Os fios finos na frente são carregados a 20 mil volts positivos, enquanto o aerofólio na parte de trás é carregado para 20 mil volts negativos, criando um forte campo elétrico.

Na frente, os elétrons são removidos das moléculas de nitrogênio no ar para produzir íons. E como estes aceleram para as costas, eles produzem um vento iônico, que dá o impulso do avião.

Veja uma demonstração do protótipo, divulgada pela revista Nature:

O avião foi testado em 10 voos e conseguiu voar 60 metros em cerca de 12 segundos, com uma eficiência de 2,6%. E essa eficiência aumenta conforme a velocidade vai aumentando, assim como em um avião normal.

A técnica usada foi parecida com a usada em espaçonaves que vão para o espaço. E segundo Barret, existem algumas semelhanças significativas.

Mas a diferença é que as espaçonaves precisam da ionização de um combustível e o avião que o MIT desenvolveu não precisa de nenhum propulsor, apenas seus fios finos e uma bateria de polímero de lítio que esteja pronta para ser usada.

Porém, a construção de uma aeronave do tipo em larga escala demandaria custos maiores e uma fonte de energia gigantesca que, por sua vez, poderia contrabalancear o peso perdido com a ausência de turbinas, criando um desafio para engenheiros.

De todo modo, os cientistas do MIT dizem que ainda vai demorar para que a propulsão iônica seja usada em voos comerciais. Os pesquisadores acreditam que, a princípio, a tecnologia seja usada em pequenos drones ou em combinação com hélices e turbinas tradicionais.

Fonte:

https://www.iflscience.com

Referências:

https://www.nature.com/

https://en.wikipedia.org/

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