A história de Marte tem um enredo mais triste que os filmes que concorreram ao Oscar em 2017. Isso porque o Planeta Vermelho já foi parecido com o nosso: quentinho, úmido e cheio de ar. Agora, a Nasa tem um plano para estimular a natureza a “reabilitar” nosso vizinho.
A agência quer mandar um campo magnético para o espaço e instalá-lo entre Marte e o Sol.
Terraformar Marte
A atmosfera marciana era densa, cheia de gás. Com isso, o efeito estufa ajudava a aquecer o planeta e a água podia existir em estado líquido. Tudo isso era protegido da radiação e das partículas destruidoras do Sol por um campo magnético, como aquele que protege a Terra hoje.
Mas o campo magnético de Marte entrou em colapso há 4 bilhões de anos, pouco tempo depois de o planeta ter se formado. Meio bilhão de anos depois, os ventos solares já estavam fazendo estrago.
Foi como furar um pneu: o ar de Marte começou a vazar, a pressão atmosférica foi para o espaço (literalmente). Por conta dessa baixa pressão, a água evapora a 10ºC no Planeta Vermelho – o que impede a existência de água líquida estável por lá.
Mas e se desse para reverter esse problema todo?
Cientistas da Nasa tentaram no ponto em que tudo começou a dar errado, a perda do campo magnético. E começaram a criar simulações: o que aconteceria se um novo campo magnético surgisse para proteger Marte dos ventos solares que continuam agredindo a superfície?
Segundo os modelos, recém-divulgados em um congresso de Ciências Planetárias, a atmosfera de Marte se recuperaria em apenas algumas gerações. Um escudo magnético, ainda que artificial, seria suficiente para aumentar a temperatura média do planeta.
Com isso, a região polar começaria a derreter e emitir gás carbônico, que contribui para o efeito estufa. Aumenta a pressão atmosférica e a temperatura e a água congelada derrete e não evapora de repente. Voltamos a ter água líquida, condição número 1 para tornar Marte habitável.
O problema, é claro, é como construir um campo magnético com essa magnitude e poder. Estamos chegando lá em pequenos passos: o primeiro deles é desenvolver pequenos escudos para proteger espaçonaves e astronautas da radiação espacial.
Os pesquisadores da Nasa estão bem cientes dessas limitações – a conferência de que participaram, inclusive, fala sobre planos para 2050 – mas estão certos de que, se conseguirmos mandar um escudo para Marte nas próximas gerações, estamos a meio caminho andado para a colonização total.
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