Canadá, o país onde você ainda pode prender alguém por bruxaria

Bruxaria

Ainda que pareça estranho, em um país nas Américas ainda está em vigor uma lei de mais de 100 anos que trata sobre feitiçaria.

O lugar em questão é o Canadá. Apesar de sua revogação já estar prevista, a norma contra os praticantes de bruxaria continua a ser usada como um dispositivo constitucional para julgar as pessoas que praticam serviços envolvendo as “artes das trevas”.

Recentemente, duas mulheres foram acusadas de praticar golpes em seus clientes por meio da bruxaria.

Dorie “Madeena”, reconhecida por seus serviços de “vidente” em Ontário, foi acusada, após vários meses de investigação, de haver recebido quase 50 mil dólares de honorários profissionais.

Outro caso que chamou a atenção foi o de Samantha Stevenson, que também se apresentava como vidente.

Segundo a versão policial, a mulher convenceu um homem que “a única maneira de se desvencilhar dos espíritos malignos que viviam em sua casa era vendê-la  e transferir o dinheiro obtido à sua conta bancária”.

Ilustração do julgamento de George Jacobs, condenado a forca durante os julgamentos das bruxas de Salem, em 1692.
Ilustração do julgamento de George Jacobs, condenado a forca durante os julgamentos das bruxas de Salem, em 1692.

Robin Levinson-King explicou que a bruxaria pode ser praticada no Canadá “desde que seja feita como parte de uma religião como a Wicca (um movimento pagão contemporâneo) ou o ocultismo”.

No entanto, de acordo com a Seção 365 do Código Penal Canadense, “o exercício fraudulento de qualquer tipo de feitiçaria, feitiços, encantamentos ou magias” é ilegal.

Na maioria desses casos, as pessoas julgadas praticaram atos fraudulentos contra seus clientes e, no futuro, já não serão mais julgadas por “bruxaria”.

Isso porque o governo canadense propôs retirar do código penal essas seções desatualizadas, e substituí-las por outras, mais condizentes com o contexto atual.

Fontes:

History

BBC

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