Cientistas da Nasa apresentaram um estudo que detalha como a areia do deserto do Saara, no norte da África, viaja pelo oceano Atlântico até fertilizar a floresta Amazônica.
A areia do deserto contém fósforo, um dos principais ingredientes para o crescimento das plantas. O elemento é raro na Amazônia, mas abundante no Saara.
Isso porque o deserto africano era um lago durante a pré-história, repleto de algas e micro-organismos. Há 7 mil anos, esse lago secou. Ficou sobrando a areia do leito do lago, rica em nutrientes.
Parte dessa areia fica em uma depressão na região do Chade que, devido a sua geografia, é atingida por constantes e gigantescas tempestades de areia. O vento é tão forte que consegue carregar a areia rica em fósforo por quase 5 mil quilômetros, até a América do Sul.
A floresta amazônica precisa do fósforo, já que o elemento é raro por ali. A água da chuva e dos rios carrega o fósforo da matéria orgânica em decomposição no solo amazônico, impedindo que ele se deposite e alimente as plantas locais.
O estudo da Nasa, feito pelo Goddard Space Flight Center, é inédito por medir quanta areia viajam pelo oceano Atlântico.
Segundo os satélites da Nasa, mais de 27 milhões de toneladas de areia viaja do Saara para a Amazônia a cada ano, com cerca de 22 mil toneladas de fósforo.
Os pesquisadores usaram um instrumento óptico chamado Lidar para medir com pulsos de luz a formação química das substâncias na atmosfera da região.
Segundo a Nasa, o próximo passo da pesquisa é entender a quanto tempo esse processo acontece e conseguir prever até quando o Saara poderá fertilizar a Amazônia.
Assista ao vídeo da agência espacial americana com uma demonstração do estudo: