Já faz quase 75 anos que a Alemanha deixou de ser alvo de bombardeios patrocinados por países contrários ao Eixo. Mesmo assim, as munições produzidas nessa época continuam destrutivas como nunca. E a cratera que você vê na foto acima é a prova disso.
Moradores da região de Ahlbach, no centro-oeste da Alemanha, relataram ouvir o estouro de uma bomba às 3h52 da manhã no último domingo, 23 de junho.
Segundo a polícia local, o estrago foi grande: uma cratera com 10 metros de tamanho e cerca de 4 metros de profundidade. Não houve feridos.
Acredita-se que o artefato responsável pelo buracão pesava 250 kg e foi lançado por um avião bombardeiro durante a Segunda Guerra Mundial.
Uma hipótese é que explosivo não detonou ao atingir o chão porque caiu num solo menos rígido do que o normal. É como se você tentasse explodir aquelas bombinhas de festa junina arremessando-as na areia fofa da praia. Sem estourar, a bomba acabou soterrada – e suas adjacências viraram uma lavoura de milho.
Mas por que a detonação aconteceu do nada, décadas depois?
Conforme as bombas vão ficando mais antigas, elas se tornam mais perigosas. Isso acontece porque os elementos químicos de seu interior vão “decaindo” (perdendo sua composição original), um mecanismo que pode servir de gatilho para o estouro espontâneo.
A Alemanha é um verdadeiro sítio arqueológico de artefatos de guerra. Estima-se que incríveis 2 mil toneladas de munição (incluindo bombas que não explodiram) sejam encontradas no país todos os anos.
Segundo a Deutsche Welle, 10% das bombas lançadas sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial não estouraram.
Em agosto de 2018, uma bomba da Segunda Guerra Mundial obrigou 20 mil pessoas a evacuarem a cidade de Ludwigshafen.
Em 2017, outro explosivo do tipo fez 60 mil pessoas abandonarem uma área em Frankfurt, enquanto era desarmado por especialistas.
De acordo com este estudo, publicado na revista científica The Lancet em 2017, há em média, no mundo todo, 6,4 mil mortes ou ferimentos por materiais de guerra explosivos todos os anos.