O 99942 Apophis está entre os mais infames objetos próximos da Terra.
Quando astrônomos do Observatório Nacional de Kitt Peak o descobriram em 2004, foi calculada uma chance de 2,7% de que ele atingiria o nosso planeta e atribuído um nível 4 na escala de Turim, o maior nível de um objeto próximo à Terra dado até hoje.
Desde então, ele foi rebaixado e não representa mais uma ameaça ao planeta – porém, cientistas o monitoram e simulam o seu provável caminho.
“A aproximação de Apophis em 2029 será uma oportunidade incrível para a ciência”, disse Marina Brozovic, cientista de radares no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia.
O Apophis tem 340 metros de diâmetro e, quando chegar pertinho da gente no dia 13 de abril de 2029, passará raspando a Terra.
Ele deve chegar a 33 mil quilômetros de distância da superfície da Terra – para efeitos de comparação, a distância média entre a Terra e a Luz é de 384,4 mil quilômetros. Será uma oportunidade rara para se estudar um asteroide de tão perto.
Você pode se perguntar como os cientistas descartaram a chance de impacto de 2,7% e excluíram o perigo de um asteroide tão grande atingir a Terra.
A resposta é simples: observações únicas e modelos têm uma margem de erro, que representa uma faixa de locais potenciais nas quais o asteroide pode passar.
Quanto maior a quantidade de observações, menores a margem de erro e o número de caminhos potenciais.
Por enquanto, os pesquisadores possuem observações o suficiente de Apophis para descartar um impacto em 2029. Além disso, os dados mostram que, quando o asteroide passar novamente pelo planeta em 2036, nada deve acontecer.
É difícil calcular as aproximações seguintes, mas, nesse momento, não é preciso se preocupar com esse objeto celeste.
Em vez de esquentar a cabeça com impactos, os cientistas irão discutir quais conhecimentos eles podem obter com a aproximação do asteroide e se eles deveriam enviar uma missão para estudá-lo.
Impactos de asteroides são uma preocupação real de cientistas. Na Conferência de Defesa Planetária que aconteceu nesta semana, NASA, FEMA e outras agências simularam uma situação bem similar com aquela que foi prevista durante a descoberta de Apophis em 2004.
Eles não estão discutindo apenas qual é a melhor maneira de observar um asteroide, mas também tentando descobrir o que eles devem fazer caso uma ameaça à Terra se torne iminente.
Ainda precisamos percorrer um longo caminho até nos sentirmos totalmente confiantes na capacidade de lidar com um impacto de asteroide.
Existem asteroides que ainda não descobrimos, e pode ser que haja imprecisões nos dados que os cientistas já coletaram. Por enquanto, precisamos ser gratos por os cientistas levarem a sério esses riscos.
Deixe um comentário