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A evolução poderia destruir a nossa capacidade de tolerar o álcool

LIVINGLEGEND/SHUTTERSTOCK

Estudos recentes demonstraram que ainda estamos evoluindo e que agora, uma nova pesquisa publicada na Nature Ecology and Evolution sugere que podemos desenvolver um gene que destrua nossa tolerância ao álcool.

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia analisaram os genomas de cerca de 2.500 pessoas de 26 populações em quatro continentes usando dados coletados pelo projeto de mil genomas.
A equipe identificou características específicas ou “hotspots genômicos” que aparecem em várias populações divergentes – digamos, mudanças em uma área do gene responsável pela produção de glicoforinas, que ocorreu em partes da África e da Ásia.
Para que isso tenha acontecido, a mutação deve ter surgido de forma independente nestas duas populações diferentes e persistiu.
Alternativamente, se houvesse apenas uma mutação inicial, teria que viajar como o Papaléguas nos dois continentes.
“O que este novo estudo mostra é que a seleção também tende a fazer alguns genes semelhantes entre as populações”, disse John Hawks, da Universidade de Wisconsin-Madison, ao New Scientist, “para ajudar as pessoas a se adaptar às mudanças recentes em nossas ecologias”.
No estudo, os pesquisadores destacam cinco áreas de mudanças recentes. Isso inclui a adaptação ao conjunto de genes da glicophorina – que tem sido associada à resistência à malária – na Ásia e África, duas áreas onde a doença transmitida pelo mosquito representa um grave risco para a saúde.
Na Europa, a equipe notou um aumento nos genes relacionados à degradação de um aminoácido chamado homocisteína, que em níveis elevados pode causar doenças cardíacas.
Enquanto isso, as cinco populações africanas estudadas apresentaram mudanças em um gene que afeta o posicionamento da abertura uretral (DGKK) e, em populações não africanas, parece haver seleção positiva para dois genomas herdados de nossos vizinhos, os Neanderthal.
Mais interessante, talvez, sejam as modificações no grupo de desidrogenase do álcool (ADH), que podem estar mudando a maneira como processamos o álcool.
A desidrogenase é a enzima que quebra o álcool, o que faz, metabolizando-o em um composto chamado acetaldeído. Este produto químico tóxico é responsável por sua dor de cabeça batendo a manhã após uma noite fora.
Felizmente, o corpo é capaz de transformar isso em outra substância que não é tóxica chamada acetato relativamente rápido e nos sentimos melhores após um dia ou mais.
No entanto, a evolução poderia encontrar uma maneira de reduzir o vício do álcool da humanidade criando novas variantes do ADH que afetam nossa tolerância às bebidas e a capacidade do nosso corpo de converter o acetaldeído em acetato.
Essencialmente, significa que nos sentiríamos doentes depois de apenas uma pequena quantidade de bebida.

Até agora, esses genes só foram detectados no Leste Asiático e na África Ocidental, mas o tempo indicará até onde eles se espalham.

Fonte: 

https://goo.gl/sLUuba

Referências:

https://www.nature.com/articles/

https://www.newscientist.com/article

https://www.cdc.gov/

https://www.medicinenet.com/homocysteine/article.htm

https://www.webmd.com/heart-disease/guide/homocysteine-risk

https://www.mayoclinic.org/

Para saber mais:

https://goo.gl/Hxngdv

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Categorias: Ciência
Rafael Richard:
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