No Brasil, come-se carne de boi, galinha, ovelha, porco, lebre, capivara, perdiz, preá e até ratão do banhado, mas não se come cavalo. Na Europa, essa carne é bem-vinda à mesa de países como França, Bélgica e Itália.
A carne de cavalo tem gosto ruim ou faz mal ao ser humano? A resposta é não às duas perguntas. A carne de cavalo é mais escura e mais magra do que a carne de boi. Quem comeu cita um “fundo” de nozes, prestando-se, inclusive, para ser comida crua ou mal passada.
Então, por que, no Brasil, assim como nos EUA, a carne de cavalo não está presente à mesa, se a questão não é nem de saúde nem de paladar?
Segundo a antropologia, por uma questão eminentemente cultural: os ocidentais não comem as carnes daqueles animais aos quais dá nome e trata como se fossem da família. É uma percepção, que foi reforçada na cultura popular, com programas de televisão.
Por isso, não se come carne de cavalo, cachorro ou gato. De certa forma, cavalo é um animal de estimação. Só não dorme dentro de casa por razões óbvias.
Em 1946, nos Estados Unidos, diante do desabastecimento de gado provocado pela Segunda Guerra Mundial, o presidente Harry Truman autorizou o consumo de carne de cavalo.
Tal medida foi considerada um ultraje pelo povo, dada a imagem desse animal no imaginário popular americano: companheiro fiel e inseparável daqueles que construíram e defenderam o país.
Na década de 1970, o presidente Nixon também acenou com o consumo de carne de cavalo, medida igualmente rechaçada.
Portanto – e apenas por uma questão cultural -, cavalos podem puxar carroças e arados, além de servir de meio de transporte, mas bife no prato, nem pensar.
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