De acordo com dados do observatório espacial Gaia, operado pela agência espacial europeia (ESA), o aglomerado estelar mais próximo da Terra está sendo “despedaçado” por algo que não podemos ver.
É natural um aglomerado se desfazer. A interação gravitacional interna entre as estrelas que o formam perturba o arranjo, que com o tempo se transforma em longas correntes de estrelas.
De acordo com dados do observatório espacial Gaia, operado pela agência espacial europeia (ESA), o aglomerado estelar mais próximo da Terra está sendo “despedaçado” por algo que não podemos ver.
É natural um aglomerado se desfazer. A interação gravitacional interna entre as estrelas que o formam perturba o arranjo, que com o tempo se transforma em longas correntes de estrelas.
Estas correntes não podem ser vistas a olho nu, mas não escapam dos instrumentos do Gaia, que está mapeando a Via-Láctea em três dimensões com precisão nunca vista.
As estrelas removidas de um aglomerado mantém a mesma velocidade que as que estão dentro dele. Este fato ajudou o Gaia a detectar muitas correntes desconhecidas, bem como aglomerados com “caudas” se formando atrás deles e “braços” à sua frente.
Em 2019, astrônomos trabalhando no segundo conjunto de dados (DR2, Data Release 2) do Gaia encontraram evidências de “caudas” nas Hyades, um aglomerado a 153 anos-luz de nós.
Isso chamou a atenção da astrônoma Tereza Jerabkova e seus colegas na ESA e no Observatório Europeu do Sul (ESO, European Southern Observatory).
Quando os conjuntos de dados DR 2.5 e DR3 foram disponibilizados à comunidade científica, a astrônoma expandiu os parâmetros de busca para encontrar estrelas que tivessem sido ignoradas em análises anteriores.
A equipe encontrou “centenas e centenas de estrelas”
O aglomerado central das Hyades tem 60 anos-luz de diâmetro, mas as caudas se estendem por milhares de anos-luz.
Eles fizeram simulações da disrupção do aglomerado e encontraram um número significativamente maior de estrelas na cauda atrás do aglomerado do que o observado no mundo real.
A equipe fez mais simulações para descobrir o que poderia fazer com que estrelas se “perdessem” e descobriu que uma interação com algo grande, cerca de 10 milhões de vezes a massa do Sol, poderia reproduzir o fenômeno observado.
“Deve ter havido uma interação próxima com este aglomerado realmente enorme, e o Hyades acabou sendo esmagado”, disse Jerabkova. O problema é que não podemos ver nada com tamanha massa próximo do aglomerado.
Uma explicação plausível seria um “halo” de matéria escura, uma substância misteriosa cuja existência só podemos inferir por causa de seu efeito gravitacional em objetos visíveis.
Cientistas acreditam que estes halos são comuns ao redor de galáxias: a nossa teria um com 1,9 milhões de anos-luz de diâmetro.
Dentro desses halos podem haver aglomerados ainda mais densos de matéria escura, ou subhalos. Mais pesquisas serão necessárias para encontrar uma estrutura responsável pelo desaparecimento das estrelas na cauda de Hyades. Se ela não for encontrada, os cientistas acreditam que o fenômeno possa ter sido causado por um subhalo.
“Com o Gaia, a forma como vemos a Via Láctea mudou completamente”, disse Jerabkova. “E com estas descobertas, seremos capazes de mapear suas subestruturas de forma muito melhor do que antes”.
Fontes:
[Espaço]
Deixe um comentário