Até que ponto iríamos para salvar nossa vida? Há uma década, um homem americano tomou uma atitude radical para conseguir tratar problemas de saúde.
Enquanto aqui no Brasil, ainda que com grandes dificuldades, podemos contar com o serviço público para realizar procedimentos médicos específicos, em outros países a situação pode ser um pouco mais complexa.
O roubo inusitado
A complexidade em conseguir tratar problemas de saúde gratuitamente afetou também James Verone.
Em 2011, na época com 59 anos, o homem decidiu arriscar sua liberdade para conseguir um diagnóstico médico — e, posteriormente, um procedimento especializado.
Sofrendo com dores agudas no peito e um problema grave no pé esquerdo, Verone não viu outra alternativa para ser tratado a não ser que fosse preso.
Suas condições eram precárias, não havia possibilidade dele conseguir bancar financeiramente as medicações necessárias ou, ainda, uma possível cirurgia.
Suspeitando de que estava sendo acometido por um câncer, James colocou seu plano em prática.
Era junho de 2011, o americano entrou em um banco na cidade de Gastônia, localizada no estado da Carolina do Norte, Estados Unidos, e entregou um bilhete para uma das atendentes do caixa.
No papel, havia um pedido curioso: Verone queria apenas um dólar; essa era sua estratégia para acabar atrás das grades. Quando a funcionária do banco avisou que iria chamar as autoridades, o ladrão se mostrou calmo e apenas aguardou a chegada das viaturas.
“Eu disse para o atendente que esperaria pela polícia. Queria deixar claro que não cometi o crime por razões financeiras, mas por razões médicas”, contou o homem em entrevista repercutida pela revista Veja.
Quando foi capturado, James tinha duas possibilidades, pagar uma fiança de dois mil dólares ou esperar o julgamento por roubo na cadeia.
Sem hesitar, optou pela segunda alternativa, afinal, seu objetivo era ser atendido por médicos de graça.
“Sou uma pessoa muito lógica e fiz tudo isso de maneira calculada”, explicou Verone.
Enviado para a prisão, em poucos dias ele teve sua consulta marcada. O diagnóstico de câncer não veio, mas a existência de problemas de saúde graves era real.
Ainda que quisesse permanecer encarcerado até completar 62 anos para, então, passar a receber do governo benefícios de previdência social. Este plano, entretanto, não foi tão bem sucedido quanto o primeiro.
Um ano após aquele roubo de um dólar, em junho de 2012, Verone foi liberado.
Sem bens materiais ou financeiros, o americano estabeleceu residência em um abrigo para moradores de rua, onde iria tentar recomeçar a vida, agora curado e podendo desfrutar de sua liberdade novamente.
Fonte:
[EUA]
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