Habitantes da região se assemelhavam a antigo povo que habitava a região que atualmente compreende a Turquia
A população que viveu na Grã-Bretanha durante a construção de Stonehenge tem origens turcas, segundo um novo estudo publicado na revista Nature.
Pesquisadores compararam o DNA humano encontrado na região com o de pessoas vivas na mesma época no continente Europeu.
Os especialistas acreditam que os habitantes do Neolítico viajaram da Anatólia (atual Turquia) para a Península Ibérica, e então para a Grã-Bretanha, chegando à região em aproximadamente 4000 a.C.
Contudo, o povo local da época e os “forasteiros” não parecem ter se relacionado muito:
“É difícil dizer o porquê disso acontecer, mas é possível que esses últimos caçadores/coletores britânicos tenham sido relativamente poucos em número”, afirmou Mark G. Thomas, professor de genética evolucionária da University College London, segundo o Phys.
Os pesquisadores descobriram que os restos dos primeiros fazendeiros da área eram geneticamente similares aos encontrados nas regiões hoje correspondentes a Espanha e Portugal, indicando que essa população viajou de leste a oeste pelo Mediterrâneo, e só então até a Grã-Bretanha.
Os “novatos” parecem ter chegado à costa ocidental antes de se espalharem para o resto da região.
Isso sugere que, em vez de cruzarem o Canal da Mancha, o caminho mais curto, os ancestrais enfrentaram a rota mais complicada, passando pelo Atlântico.
Complexa rotatividade da população
“Essa pesquisa destaca a complexa rotatividade da população que afeta uma área bastante marginal do noroeste da Europa, e aponta a necessidade de se investigar todas as regiões com dados antigos para entender a modelagem da diversidade genética humana moderna”, comentou Carles Lalueza-Fox, do Instituto de Biologia Evolutiva, em Barcelona, Espanha.
Além da agricultura, esses migrantes neolíticos parecem ter introduzido a tradição de construir monumentos usando grandes pedras conhecidas como megálitos. Stonehenge faria parte desse costume.
A análise genética também considerou a população de caçadores/coletores neolíticos, revelando que essas pessoas tinham pele escura combinada com olhos azuis.
Os agricultores neolíticos, em contraste, tinham a pele mais clara, olhos castanhos e cabelos escuros.
Outras alterações genéticas
Perto do fim do Neolítico, mais ou menos 2450 a.C., os descendentes desses primeiros agricultores foram quase totalmente substituídos quando uma nova população — chamada de povo beaker bell — migrou da Europa continental. Fato que leva os pesquisadores a concluírem que a Grã-Bretanha viu duas grandes mudanças genéticas em pouco tempo.
“É difícil ver se os dois [desvios genéticos] têm algo em comum — são dois tipos muito diferentes de mudança. Há especulações de que tenham sido, até certo ponto, um colapso populacional.
Mas as razões sugeridas para ambos os colapsos são diferentes, então essa pode ser apenas uma coincidência”, conta o coautor da pesquisa Dr. Tom Booth, especialista em DNA antigo do Museu de História Natural de Londres, para a BBC.
Fonte:
https://revistagalileu.globo.com
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