No próximo ano, o livro Radioactive: Marie & Pierre Curie: A tale of love and fallout, de Lauren Redniss, será adaptado ao cinema com o longa Radioactive, que será, tal qual a obra literária, uma biografia da cientista Marie Curie, a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel — dois, na verdade!.
Curie será interpretada nas telonas por Rosamund Pike, enquanto Sam Riley viverá seu marido, Pierre Curie. A trama contará a história da Marie e sua luta em ser ouvida e respeitada pela comunidade científica de sua época, além de retratar seu casamento e as descobertas científicas ao lado de seu marido — em especial importantes elementos químicos que trazem à tona a radioatividade; rádio e polônio.
Assista ao primeiro teaser-trailer oficial do longa:
O trabalho de Curie com a radioatividade
Ela começou a estudar a radiação emitida por sais de urânio em 1886 ao lado de seu marido, e a partir daí passou a pesquisar materiais que também produziam radiação. Foi assim que ela descobriu novos elementos, com tudo sendo anunciado à Academia de Ciências de Paris.
O primeiro deles foi o polônio — nome que faz referência à Polônia, país natal da cientista —, com o rádio sendo descoberto logo depois (e esse nome está ligado à sua intensa radiação).
Assim, o casal inventou os termos “radioatividade” e “radioativo” para caracterizar a energia liberada espontaneamente por elementos químicos.
Já em 1903, Curie foi aclamada com o Nobel de Física “em reconhecimento aos extraordinários resultados obtidos por suas investigações conjuntas sobre os fenômenos da radiação”, no mesmo ano em que recebeu seu doutorado em ciências.
Três anos depois, logo após a morte de seu marido, a cientista ocupou seu lugar como professora de física geral na Faculdade de Ciências, e também foi a primeira mulher a ocupar este cargo.
O segundo Nobel veio em 1911 (o de química), pelo seu trabalho com a radioatividade.
Curie participou das sete primeiras edições da Conferência de Solvay, evento que reúne, até hoje, celebridades científicas do mundo todo, proporcionando avanços fundamentais em diversos ramos da ciência.
Na primeira edição, de 1911, Curie estava ao lado de seu amigo e apoiador Albert Einstein.
Como podemos ver, diferentemente do que aconteceu com muitas das célebres cientistas da nossa história, Curie obteve reconhecimento ainda em vida, mas não pense que ela enriqueceu por conta disso:
a cientista não patenteou o processo de isolamento do rádio, permitindo que toda a comunidade científica investigasse as propriedades do elemento e, assim, agregando conhecimentos à sua descoberta inicial ao longo do tempo.
Marie Curie morreu em 1934 aos 66 anos de idade, vítima de leucemia — consequência da exposição intensa à radioatividade, já que, naquela época, ainda não se tinha pleno conhecimento dos perigos de tal exposição.
Seu livro Radioactivité, que foi publicado após sua morte, é considerado um dos marcos dos estudos sobre a radioatividade, por sinal, e é uma obra estudada até os dias atuais.
Mas ninguém pode colocar as mãos no seu livro original: por conta da alta radioatividade a que Curie e seus ambientes de trabalho estavam expostos, o livro físico só pode ser manipulado, até hoje, por pessoas usando roupas especiais protetoras, pois ele ainda é altamente radioativo!
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