Uma equipe de astrônomos norte-americanos identificou a estrela de nêutrons mais massiva já registrada.
De acordo com o estudo publicado na revista Nature Astronomy, a estrela J0740 + 6620 foi detectada há aproximadamente 4.600 anos-luz da Terra.
Sua massa é 2,14 vezes maior que a massa do Sol e está concentrada em uma esfera de aproximadamente 25 quilômetros de diâmetro.
Suas medidas poderiam representar o quão massivo e compacto seus limites podem ser, sem se tornar um buraco negro.
Estrelas de nêutrons são formadas quando grandes estrelas explodem e partem em pequenas esferas. Estes objetos são os restos estelares mais densos que conhecemos, além dos buracos negros.
Um pulsar é uma estrela de nêutrons muito pequena e muito densa
A J0740 + 6620 é um pulsar, um tipo especial de estrela de nêutrons que emite raios luminosos de radiação a partir de seus polos magnéticos. Apesar da distância dela, os cientistas podem observá-la devido aos seus polos estarem voltado para a Terra.
Além disso, o pulsar possui uma estrela companheira que, segundo os cientistas, é uma anã branca, que também é uma remanescente estelar, não tão densa como as estrelas de nêutrons ou buracos negros.
A equipe de astrônomos observou este sistema binário de 2014 a 2019 utilizando o telescópio Green Bank, da Virgínia, nos EUA.
Os pesquisadores puderam calcular a massa do pulsar devido às suas interações com sua companheira anã branca. Conforme os objetos orbitavam entre si, sua imensa gravidade deforma o espaço que os rodeia, distorcendo os pulsos radiantes emitidos pela J0740 + 6620.
A luz do pulsar viaja um pouco mais longe como resultado desta distorção, que é um fenômeno chamado Atraso de Shapiro. O nome faz referência ao astrofísico Irwin Shapiro, que descreveu o fenômeno pela primeira vez em 1964.
A equipe então utilizou o pequeno atraso de tempo para estimar a massa da anã branca, que, por sua vez, permitiu calcular a massa do pulsar, revelando que o J0740 + 6620 é a maior estrela de nêutrons conhecida pelos cientistas.