Astrônomos observaram um buraco negro destroçar uma estrela

Astrônomos

Em 2019, os astrônomos observaram o exemplo mais próximo até hoje de uma estrela que foi triturada, ou “espaguetificada”, depois de se aproximar muito de um buraco negro massivo.

Esse evento de perturbação de marés de uma estrela parecida com o Sol por um buraco negro 1 milhão de vezes mais massivo do que ele próprio ocorreu a 215 milhões de anos-luz da Terra.

Felizmente, este foi o primeiro evento brilhante o suficiente para que astrônomos da Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA), pudessem estudar a luz óptica da morte estelar, especificamente a polarização da luz, para aprender mais sobre o que aconteceu depois que a estrela foi dilacerada.

Suas observações em 8 de outubro de 2019, sugerem que muito do material da estrela foi soprado em alta velocidade – até 10.000 quilômetros por segundo – e formou uma nuvem esférica de gás que bloqueou a maioria das emissões de alta energia produzidas a medida que o buraco negro engolia o restante da estrela.

Anteriormente, outras observações de luz óptica da explosão, chamadas AT2019qiz, revelaram que grande parte da matéria da estrela foi lançada para fora em um vento poderoso.

Mas os novos dados sobre a polarização da luz, que era essencialmente zero em comprimentos de onda visíveis ou ópticos quando o evento era mais brilhante, revelara aos astrônomos que a nuvem provavelmente era esfericamente simétrica.

Nuvem de gás

(Créditos: NASA/CXC/M. Weiss)

“Esta é a primeira vez que alguém deduziu a forma da nuvem de gás em torno de uma estrela espaguetificada”, disse Alex Filippenko, professor de astronomia da UC Berkeley e membro da equipe de pesquisa.

Os resultados suportam uma noção para o motivo pelo qual os astrônomos não veem radiação de alta energia, como raios-X, de muitas das dezenas de eventos de perturbação de maré observados até o momento:

os raios-X, que são produzidos por material arrancado da estrela e arrastados para um disco de acreção ao redor do buraco negro antes de cair para dentro, são obscurecidos de vista pelo gás soprado para fora por ventos poderosos do buraco negro.

“Esta observação exclui uma classe de soluções que foram propostas teoricamente e nos dá uma restrição mais forte sobre o que acontece com o gás em torno de um buraco negro”, disse Kishore Patra, estudante de pós-graduação da UC Berkeley, principal autor do estudo.

“As pessoas têm visto outras evidências de vento saindo desses eventos, e acho que esse estudo de polarização definitivamente torna essa evidência mais forte, no sentido de que você não obteria uma geometria esférica sem ter uma quantidade suficiente de vento.

O fato interessante aqui é que uma fração significativa do material da estrela que está espiralando para dentro não cai no buraco negro – é soprado para longe do buraco negro.”

Fonte:

Universo Racionalista

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