Austrália pretende matar 2 milhões de gatos envenenados até 2020

2 milhões de gatos

Petiscos contaminados serão espalhados por aviões: para ambientalistas, método para preservar a fauna local é cruel

O governo australiano pretende matar 2 milhões de gatos envenenados até 2020, de acordo com reportagem do New York Times.

A iniciativa tem como objetivo preservar milhões de aves nativas, mamíferos e répteis, que, de acordo com as autoridades, sofrem ataques predatórios dos felinos.

O método escolhido é a utilização de petiscos envenenados com uma toxina sintética chamada de 1080, que reproduz um veneno natural encontrado em algumas plantas dessa região.

Este composto é letal para gatos e outros carnívoros não nativos, mas não irá prejudicar as espécies australianas que desenvolveram resistência à toxina.

A ideia é lançar salsichas envenenadas de aviões e drones, erradicando os gatos “ferais”, como são chamados os animais que não são domesticados.

O governo acredita que o método é humano e indolor, e afirma que será utilizado em locais poucos populosos, o que não comprometerá a saúde de animais de estimação.

“Usar iscas venenosas contendo 1080 tóxico é horrivelmente cruel, [além de que esses petiscos] podem ser ingeridos pelos animais que não são alvos”, afirmou a organização ambiental PETA em entrevista à GALILEU.

Porém, a situação é crítica: estimativas de 2018 mostram que gatos selvagens matam em média 1 milhão de répteis em um único dia.

Os índices de mortalidade anual acumulados pelos gatos selvagens australianos são surpreendentes: cerca de 316 milhões de aves e 596 milhões de répteis, de acordo com a Australian Wildlife Conservancy.

A PETA concorda que esse é um problema na região, mas insiste que existem alternativas mais “humanas” para se lidar com o problema — mesmo se a escolha for o extermínio.

Para eles, em locais onde a esterilização não é viável, armadilhas e a eutanásia indolor podem ser a melhor maneira de evitar que esses gatos sofram.

“A Austrália precisa se concentrar em esterilizar os gatos selvagens, e promover da adoção dos bichanos ao invés de sua compra”, afirma a PETA.

A organização também também defende a introdução de leis exigindo que os guardiões de gatos mantenham os felinos dentro de casa e os castrem.

Fonte:

Revista Galileu

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