A Ampulex compressa é um tipo de vespa de cor verde esmeralda, e a fêmea da espécie é conhecida por picar baratas. Durante a picada, ela introduz um veneno que “zumbifica” a barata e a torna portadora de seus ovos e, posteriormente, comida para suas larvas.
Mas isso não acontece sem resistência alguma das baratas. E vídeos ultradetalhados e em câmera lenta mostram que o bicho nojento que mal consegue escapar de suas vassouradas tem em seu leque de golpes um chute da caratê para se livrar da predadora furtiva.
Um novo estudo publicado no periódico Brain, Behavior and Evolution e intitulado “Como Não Ser Transformado em um Zumbi” mostra que as baratas usam suas pernas como armas para se defender das investidas da Ampulex compressa, cujo ataque consiste de duas picadas:
a primeira, para paralisar as pernas, e a segunda, para “zumbificar” a barata, atingindo o cérebro da presa. Tudo isso ocorre em um intervalo de apenas 11 segundos.
O autor do estudo que observou o mecanismo de defesa das baratas é Ken Catania, da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos.
Especializado em interações entre predador e presa, ele investigou especificamente os mecanismos de defesa da barata-americana (periplaneta americana) contra a ampulex compressa (ou “vespa-esmeralda”).
“A barata tem um conjunto de comportamentos que pode aplicar para afastar fazedoras de zumbis, e isso começa com o que chamo de posição ‘en garde’, como na esgrima.
Isso permite que a barata mova sua antena em direção à vespa para que possa rastrear um ataque que se aproxima e mirar chutes na cabeça e no corpo da vespa, e esse é um dos impedimentos mais eficientes. Lembra o que um personagem de filme faria quando um zumbi estivesse indo atrás dele”, explica Catania no site da Universidade Vanderbilt.
Nos testes observados por Catania, as baratas tiveram taxa de sucesso de 63%, usando essa técnica para afastar as vespas por até três minutos.
A observação de que quase todas as baratas jovens fracassaram e foram pegas pela Ampulex compressa mostra que aprender a técnica é essencial — e leva tempo.
Catania espera poder identificar como esses mecanismos de defesas surgiram nas baratas ao longo do tempo. Sua aposta no momento é que isso tenha acontecido como respostas a ataques seguidos de predadores dos mais diversos tipos.
O vídeo em câmera lenta registrado por Ken Catania foi disponibilizado no YouTube pela Universidade Vanderbilt, e você pode vê-lo abaixo.
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