Que o campo magnético de Júpiter em profundidades variadas já é muito, muito, muito estranho, nós já sabemos. Mas fora isso, porém, o que foi visto agora é diferente de tudo que os cientistas já viram.
Para começar, o campo é incrivelmente forte. O diâmetro de Júpiter é 11 vezes maior que o da Terra, mas seu campo magnético é 20.000 vezes mais forte.
Também é absolutamente enorme e inigualável em complexidade – o campo magnético da Terra é forte, mas algumas das estruturas vistas em Júpiter não têm comparação com a Terra.
Acredita-se que essa complexidade possa ter algo a ver com a rotação rápida de Júpiter e o grande interior de hidrogênio metálico líquido.
Mas agora a sonda Juno, em órbita pelos pólos de Júpiter, está permitindo acesso sem precedentes à dinâmica desse estranho campo magnético, fazendo observações muito mais próximas do que jamais foi possível.
Cientistas dos EUA e da Dinamarca usaram dados de oito órbitas da Juno para mapear o campo magnético em detalhes em profundidades de 10.000 quilômetros e descobriram que é muito mais estranho do que esperavam.
O campo magnético da Terra é predominantemente dipolar, como se tivesse um ímã em barra que atravessa o centro do planeta, com os pólos emergindo do pólo sul e reentrando no norte. Se você pudesse ver esse processo seria assim:
Mas não é assim em Júpiter. Em vez disso, o campo emerge de uma ampla seção do hemisfério norte, reentrando ao redor do pólo sul do planeta.
No entanto, em outros lugares, o campo é muito mais fraco. Em outra descoberta estranha, os pesquisadores descobriram que a parte não-dipolar do campo magnético está quase inteiramente concentrada no hemisfério norte. Isso só prova que a coisa toda é profundamente desequilibrada e absolutamente única.
Dessa forma, acredita-se que algo desconhecido está ocorrendo no interior do planeta. A Sonda Juno está planejando fazer 34 órbitas ao redor de Júpiter, e assim a equipe está planejando usar observações futuras para tentar resolver o mistério.