A transformação da radiação interna por elementos aquecidos ou eletrificados em som permite que possamos ouvir o acorde distinto que cada elemento produz.
Apesar dessa ideia ter sido tentada anteriormente, os avanços tecnológicos permitirão uma sonificação muito mais abrangente e sutil da tabela periódica.
Quando os elementos são energizados, os elétrons podem saltar para níveis de energia mais altos e, eventualmente, retornar ao estado fundamental, emitindo um fóton no processo. O comprimento de onda do fóton depende da lacuna de energia entre o estado excitado e o estado fundamental – mais energia produz luz de frequência mais alta e comprimento de onda mais curto.
Essa descoberta foi crucial para a nossa compreensão do universo, já que podemos identificar elementos em estrelas bilhões de anos-luz de distância por comprimentos de onda distintos que elas emitem – conhecidos como seus espectros de emissão.
Na recente Conferência de Primavera da American Chemical Society, W. Walker Smith, da Universidade de Indiana, demonstrou o resultado da conversão do espectro eletromagnético de cada elemento em som.
Smith está trabalhando em uma exposição interativa e em tempo real no Museu WonderLab em Bloomington, Indiana, para ensinar sobre espectros de emissão. Seu objetivo é criar uma tabela musical regular que permita que crianças e adultos selecionem um elemento e ouçam uma exibição do seu espectro de luz visível ao mesmo tempo.
Ouça no vídeo abaixo:
Para permitir as diferenças dramáticas entre as frequências visíveis e auditivas, Smith multiplicou as frequências de luz visível por 10^12, convertendo o arco-íris em uma oitava na parte mais sensível da faixa de audição humana.
Embora a ideia de transformar dados em algo já tenha sido usada anteriormente, Smith aprimorou essa técnica, tornando-a mais musicalmente precisa. Por exemplo, seus predecessores tentaram tocar os espectros dos elementos em um piano, que não possui notas suficientes para capturar as sutis diferenças entre os comprimentos de onda próximos.
Algumas transições são mais comuns do que outras, criando linhas de emissão mais brilhantes que Smith converteu em maior volume, mas ainda incluiu saltos mais raros. Cada elemento pode ter todas as suas linhas tocadas juntas para criar um acorde, mas Smith também executa melodias tocando um elemento em sequência.
Além de ser uma ferramenta de ensino e entretenimento, Smith espera usar sua técnica para ajudar pessoas com deficiência visual a se familiarizarem com os espectros dos elementos.
Também pode ser uma maneira mais fácil de distinguir entre os metais de transição, cujos espectros podem ser confusamente semelhantes.
Fonte:
[Química]