Os cientistas Ian Gates e Jacky Wang, da Universidade de Calgary, no Canadá, em parceria com a Proton Technologies Inc, desenvolveram um método econômico para extrair o hidrogênio de areias betuminosas (betume natural) e de campos de petróleo, em larga escala.
Esta substância, que é tão eficiente quanto o diesel e a gasolina, polui muito menos, e pode ser usada para abastecer veículos movidos a hidrogênio líquido, além de gerar eletricidade.
A técnica, que está sendo apresentada na Conferência de Geoquímica Goldschmidt, em Barcelona, permite que o hidrogênio em forma de gás seja extraído dessas reservas de petróleo e betume de maneira mais barata do que a convencional.
Os pesquisadores descobriram que injetar oxigênio nestes locais aumenta a temperatura e libera o H², que pode, então, ser separado de outros gases através de filtros especiais.
O hidrogênio não se faz presente de maneira nativa nesses reservatórios, mas bombear oxigênio significa que a reação para formar hidrogênio pode ocorrer.
“Esta técnica pode gerar grandes quantidades de hidrogênio enquanto deixa o carbono no solo. Ao trabalhar no nível de produção em massa, a previsão é de que seremos capazes de usar a infra-estrutura e distribuição já existentes”, explica Grant Strem, CEO da Proton Technologies, empresa que está financiando o processo.
Para produzir este gás, o custo é inferior ao de fazer a gasolina, por exemplo. Segundo Strem, hoje, para produzir o hidrogênio, o custo atual é de US$ 2 (cerca de R$ 8) por quilo.
No sistema de extração com base no oxigênio, os gastos ficarão em torno de 5% disso, o que significa que o processo se paga.
“O que sai do solo é o gás de hidrogênio, então não temos os enormes custos de purificação associados à refinação de petróleo; usamos o solo como nosso vaso de reação”, afirma Strem.
Ele diz, ainda, que há potencial para dar eletricidade para o Canadá por 330 anos utilizando apenas as reservas de petróleo e betume do país.
O processo pode extrair hidrogênio de reservatórios de areias petrolíferas e de betume existentes, como os enormes suprimentos encontrados no Canadá e também na Venezuela.
Curiosamente, esse processo também pode ser aplicado aos campos de petróleo tradicionais, fazendo com que eles produzam hidrogênio.
Tradução e adaptação: Canal Tech
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