As principais teorias chegam a um resultado bem parecido: o Universo tem aproximadamente 14 bilhões de anos.
Mas antes de falar como os cientistas fazem essa conta, é preciso entender um pouco sobre os primeiros anos de “vida” no espaço, quando aconteceu o Big Bang, como é chamada a grande explosão que teria dado origem ao Universo.
“No começo, não existia nada, só radiação, uma energia muita alta que não deixava nada se organizar. Então, quando o Universo tinha um ou dois segundos de vida, aconteceu uma combinação de partículas com energia muito alta.
O Universo em seguida se esfriou, a ponto de surgirem prótons e neutros, que, por sua vez, se organizaram depois em partículas de hidrogênio”, explica Carlos Alexandre Wuensche, pesquisador de astrofísica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Na etapa seguinte, as partículas começaram a se aglutinar, formando uma estrutura densa e uma reação nuclear. Foi aí que apareceram as estrelas e as galáxias. Os planetas são astros que não viraram estrelas.
O Sistema Solar, onde a Terra está, é um pedacinho da Via Láctea e tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos. “Essa estimativa é feita a partir da idade do Sol”, diz Wuensche.
Mas, afinal, como é feita essa conta?
Uma das formas de calcular a idade do Universo é medir o que os cientistas chamam de radiação cosmológica de fundo ou “ecos do Big Bang”.
Essa teoria ganhou mais força a partir de 1964, quando os físicos norte-americanos Robert Wilson e Arno Penzias descobriram um ruído que vinha do espaço e não desaparecia.
À época, eles trabalhavam no laboratório da Companhia Telefônica Bell com uma grande antena para detectar sinais fracos de rádio, quando perceberam que um ruído estranho podia ser detectado em várias partes do Universo e mais: ele tinha a mesma intensidade.
Wilson e Penzias foram então conversar com colegas da Universidade de Princeton, que contaram que esse ruído, uma espécie de eco da grande exploração que originou o Universo, já havia sido previsto por cientistas em 1948, mas até então ninguém havia conseguido prová-lo.
A descoberta acidental rendeu a dupla de físicos norte-americanos o Prêmio Nobel em 1979.
A luz entrega a idade
Segundo Wuensche, investigar os ecos do Big Bang é uma das formas mais precisas de medir a idade do Universo, mas outras teorias têm chegado a resultados muito próximos.
“Outra maneira utilizada pelos cientistas é buscar objetos que estão muito distantes e, a partir da luz que emitem, conseguimos entender melhor como o Universo evolui.
Isso é possível porque todas as estrelas geram elementos químicos, o que permite que a gente estime a sua distância. E quanto mais longe, mais antiga é a estrela”, diz o pesquisador.
A terceira forma mais reconhecida de fazer o cálculo da idade do Universo leva em conta os resíduos resultantes das supernovas, que são explosões muito brilhantes e tem um efeito parecido ao surgimento de uma nova estrela.
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