Conheça o Marmorkrebs, o crustáceo que se reproduz sem sexo

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Marmorkrebs, o crustáceo que se reproduz sem sexo

Uma espécie de lagostim capaz de produzir seus próprios clones, vem preocupando pesquisadores e trazendo o risco de uma invasão biológica.

Imagine que você comprou um lagostim (um pequeno crustáceo) para compor o ecossistema do seu aquário, e após um ano, em vez de um, você tem centenas deles.

Mais curioso nisso tudo é que a fêmea que você comprou não estava grávida, e nem veio um macho escondido no “pacote”. Acredite se quiser:  muitas pessoas passaram por essa situação.

O lagostim da espécie Procambarus virginalis, também conhecido como marmorkrebs é uma espécie de água doce que possui uma característica única entre os crustáceos: ela pode se reproduzir sem sexo.

O tipo de reprodução chamado de partenogênese é comum entre invertebrados e acontece quando o óvulo que é produzido pela fêmea, começa a se segmentar e se desenvolve, sem precisar de um espermatozoide produzido pelo macho.

Como não há mistura de material genético, todos os filhotes nascidos são geneticamente idênticos à mãe, ou clones. O animal foi identificado pela primeira vez na década de 90, e devido à sua reprodução em grande escala, hoje, ele é considerado uma ameaça aos ecossistemas nativos.

Imagem
Wikimedia Commons

Por que ele é considerado uma ameaça?

Sabe aquela história de centenas de lagostins no aquário, que contamos no início do texto? Então, muitos desses animais acabavam tendo como destino a privada, ou eram deixados em lagos.

Foi assim que ele chegou na natureza, e hoje pode ser encontrado em 287 regiões que possuem habitats variados (desde lagos até pântanos), em uma área de distribuição de 100 mil km².

O marmorkrebs surgiu a partir de uma mutação no lagostim do Texas (P. fallax), e apesar de terem muitas semelhanças físicas, os dois animais são geneticamente diferentes

Marmorkrebs são animais triploides, ou seja, possuem três cópias de cromossomos sexuais, enquanto as demais espécies possuem duas.

Eles são capazes de se reproduzir três vezes mais rápido, e essa característica fez com que o animal se espalhasse rapidamente pela Europa.

Isso tudo é grave?

Caso o lagostim resolva expandir os seus limites geográficos, sim! Existe uma possibilidade de invasão biológica, principalmente porque a espécie está se mostrando muito bem-sucedida nos diferentes ambientes em que está sendo encontrada na Europa.

A União Europeia já proibiu que as espécies fossem produzidas, distribuídas ou liberadas em ambientes naturais. Esperamos que não chegue no Brasil e em outros lugares do mundo, não é mesmo?

Fonte: Business Insider

Tradução e adaptação: Biologia Total

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