O X-37B – a nave espacial ultrassecreta e não tripulada da Força Aérea dos Estados Unidos, que parece um ônibus espacial em miniatura – acabou de quebrar seu próprio recorde de voo de 719 dias em órbita contínua.
O que, exatamente, a nave espacial experimental tem feito há quase dois anos tem intrigado analistas, que podem apenas especular sobre as ambições do Pentágono em relação ao veículo de órbita baixa.
A Força Aérea dos EUA diz que “os objetivos primários do X-37B são duplos:
tecnologias de espaçonaves reutilizáveis para o futuro dos EUA em experiências espaciais; e operar experimentos que podem ser devolvidos e examinados na Terra”.”
“Muito claro, certo?
Autoridades da Força Aérea não falam muito sobre as capacidades e a missão do programa classificado, mas em setembro de 2017, disseram que o X-37B – a quinta geração desde 2010 – demonstraria o potencial para se chegar ao espaço rapidamente e “fazer testes de tecnologias espaciais emergentes” em órbita.
“As tecnologias testadas no programa incluem orientação avançada, navegação e controle, sistemas de proteção térmica, aviônicos (eletrônica do avião), estruturas e vedações de alta temperatura, isolamento reutilizável, sistemas de voo eletromecânicos leves, sistemas avançados de propulsão, materiais avançados e voo orbital autônomo, reentrada e aterrissagem”, disse o porta-voz da Força Aérea, major William A. Russell, em um comunicado.
Especulações
O “playground” da aeronave, porém, pode fornecer pistas sobre a sua verdadeira missão. A órbita baixa da Terra é o local onde a Estação Espacial Internacional orbita e onde estão situados muitos satélites militares e comerciais.
E como o espaço tem uma relevância cada vez maior em possíveis conflitos futuros, a guerra fora de nossa atmosfera poderia estar focada em acabar com vigilância vital e satélites de navegação para dar uma vantagem aos exércitos em terra.
Substituir satélites grandes e desajeitados para satélites menores e igualmente capazes de ficar em órbita faz muito sentido quando você precisa de imagens com resolução mais alta de, digamos, locais de lançamento de mísseis na Coreia do Norte ou operações chinesas em áreas do Mar da China Meridional.
A órbita inferior requer mais capacidade de manobra, o que significa mais combustível, segundo a revista Air and Space.
O X-37B está usando os propulsores Hall, que usam um campo elétrico para acelerar um propulsor de xenônio, o que significa que movimentos mais complexos podem ser feitos sem depender de muito combustível a bordo.
Essa aplicação seria valorizada em satélites de reconhecimento que precisam permanecer em nível baixo por anos, informou a revista”. [Tecnologia]
Fonte:
Gazeta Povo
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