Derretimento do Everest está revelando corpos de aventureiros

Everest

em todos conseguem chegar ao topo do monte Everest —quase 300 alpinistas já morreram desde a primeira vez que alguém se desafiou a subir a montanha, que é a mais alta da Terra.

Estima-se que dois terços do número total de corpos de quem morreu tentando atingir ao pico ainda estejam enterrados na neve.

No lado chinês do Everest, conforme a primavera chega ao local, os corpos estão sendo retirados.

“Devido ao aquecimento global, o lençol de gelo e as geleiras estão derretendo rapidamente e os mortos que permanecem enterrados durante anos estão sendo expostos”, contou Ang Tshering Sherpa, ex-presidente da Associação de Alpinismo do Nepal.

Os funcionários da Associação dos Operadores de Expedições do Nepal (EOAN) dizem estar trazendo para baixo as cordas utilizadas nas altitudes do Everest e nas montanhas de Lhotse (a quarta mais alta do mundo).

Mas agora eles também têm de trazer os cadáveres — a estimativa é de que custe de US$ 40 mil a US$ 80 mil para levar os corpos até a base.

Segundo os operadores, as leis do Nepal exigem que agências governamentais se envolvam com o recolhimento dos mortos. “Esse problema precisa ser priorizado pelo governo e pela indústria alpinista”, opinou o presidente da EOAN.

Alpinistas escalam o Monte Everest, montanha de maior altitude do mundo. (Foto: Pixabay)
Alpinistas escalam o Monte Everest, montanha de maior altitude do mundo. (Foto: Pixabay)

Derretimento do gelo

“Nos últimos anos, eu mesmo já recolhi cerca de dez corpos vindos de diferentes partes do Everest e agora, cada vez mais, eles estão aparecendo”, relatou um agente ligado ao governo.

Em 2017, alpinistas da comunidade Sherpa tiveram de ser acionados para remover um corpo cuja a mão estava exposta. No mesmo ano, mais um cadáver foi visto na superfície da Geleira do Khumbu, onde a maior parte dos mortos foi encontrada nos últimos anos.

Um estudo de 2015 mostrou que em Khumbu os lagos estão se expandindo e se juntando devido ao derretimento do gelo.

Além disso, membros da Universidade de Leeds e da Universidade de Aberystwyth, do Reino Unido, drenaram a geleira e descobriram que o gelo estava mais quente do que o esperado (a temperatura mínima foi de −3,3 ºC).

O derretimento do gelo está tão grave que, em 2016, o exército do Nepal drenou o rio Imja Tsho — próximo ao monte Everest — depois que as águas alcançaram níveis perigosos.

Fonte:

Revista Galileu

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