Um detector de matéria escura acaba de registrar um dos eventos mais raros conhecidos pela ciência
Graças ao detector de matéria escura XENON1T, um grupo de cientistas viu o que afirmam ser o “evento mais raro” já presenciado.
A equipe vivenciou o decaimento radioativo de um átomo de xenônio-124, que demora bilhões de anos para acontecer.
O decaimento ocorre quando núcleos de átomos de um determinando elemento deixam de emitir radiações para ficarem mais estabilizados.
Para explicar melhor, o xenônio é um gás nobre, e esse isótopo da substância tem meia-vida de 18 bilhões de trilhões de anos — o que corresponde a mais de 1 trilhão de vezes a idade do Universo.
Vale lembrar que a meia-vida é uma medida probabilística do tempo necessário para que exatamente metade dos isótopos de átomos radioativos se desintegre.
Assim, o tempo que levaria para que metade dos átomos em uma substância radioativa, como o xenônio, se decompusesse, é de 18 bilhões de trilhões de anos —, o que não significa que tal evento só ocorra uma vez nesse período.
Nós realmente vimos esse decaimento acontecer
“É o processo mais longo e mais lento que já foi observado diretamente, e nosso detector de matéria escura foi sensível o suficiente para medi-lo”, disse o co-autor Ethan Brown, em comunidado.
“É incrível ter testemunhado esse processo, e [isso] revela que nosso detector pode medir a coisa mais rara já registrada”.
O detector contava com 3,5 quilos de xenônio, cerca de 17 bilhões de bilhões de átomos (1701×10^28), dos quais um único decaiu e foi detectado pelo dispositivo —, apesar de não ter sido projetado para essa tarefa específica.
Os cientistas esperam que uma partícula de matéria escura colida, acidentalmente, em uma de xenônio, criando um flash de luz observável.
O gás nobre foi escolhido porque é extremamente estável (como mostra essa pesquisa) e, por estar no subsolo, o detector é protegido dos raios cósmicos.
Todo o sistema está sendo atualizado para se tornar XENONnT, e em breve terá 8 toneladas a mais de xenônio, onde outras experiências poderão ser realizadas em grande escala.
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