Drone captura imagens raríssimas de pessoas que estão isoladas

Drone

Na vasta extensão da Amazônia Brasileira, uma descoberta notável se desdobrou quando um drone, implantado pela Fundação Nacional do Índio do Brasil (Funai), capturou imagens de uma tribo amazônica não contatada.

Este grupo isolado foi visto em uma clareira dentro da densa selva do vale do Rio Javari, próximo à fronteira com o Peru. As imagens aéreas revelaram indivíduos se movimentando, com uma figura notavelmente segurando uma lança ou vara, em meio ao que pareciam ser estruturas cobertas de palha. Alto acima, o drone passou despercebido por aqueles abaixo.

A Funai, uma entidade comprometida em proteger os interesses das tribos indígenas na Amazônia, desempenha um papel crucial na proteção dessas comunidades contra os impactos do colonialismo, doenças estrangeiras e as pressões incessantes do desmatamento e mineração.

Ela se destaca como o único departamento governamental do mundo dedicado ao bem-estar dos povos indígenas que mantêm contato mínimo ou nenhum com a sociedade mais ampla e outras tribos. Essa dedicação está alinhada com o ethos do fundador da Funai, o marechal e explorador brasileiro Candido Rondon, que famosamente defendeu o princípio: “Morrer se necessário for, mas matar nunca.”

Para esta missão específica, a equipe da Funai embarcou em uma jornada árdua, cobrindo mais de 180 quilômetros de barco, caminhão e motocicleta, seguida por uma caminhada de 120 quilômetros a pé pelo coração da selva.

A região do Rio Javari, conhecida por sua rica herança indígena, abriga oito tribos contatadas e 11 tribos isoladas confirmadas, marcando o maior número de grupos indígenas isolados registrados no Brasil.

Globalmente, mais de 100 tribos vivem em isolamento, um fato destacado pela Survival International, uma ONG que defende os direitos dos povos tribais.

A sabedoria predominante entre os especialistas hoje é uma forte partida das integrações forçadas da era colonial, defendendo, em vez disso, uma abordagem de não intervenção que respeita a autonomia dessas tribos em determinar seus destinos.

Assista ao vídeo abaixo:

No entanto, o caminho para preservar tal autonomia é repleto de desafios, particularmente no âmbito da saúde. Por exemplo, um surto de sarampo em julho afetou severamente a tribo semi-isolada Yanomami, que fica na fronteira da Amazônia entre Venezuela e Brasil. O surto levou a hospitalizações e representou riscos significativos devido à vacinação limitada e resistência a doenças entre a tribo.

Muitas tribos, contentes com seus modos ancestrais, expressam pouco ou nenhum interesse em alterar seus estilos de vida. Esse sentimento é vividamente encarnado pelo único sobrevivente de uma tribo do noroeste brasileiro, que, apesar de décadas de monitoramento pela Funai e apoio de grupos pró-tribais, escolhe a solidão em vez do contato.

A história trágica de sua tribo, acredita-se que foi dizimada por madeireiros, espelha a dura realidade enfrentada por muitos povos indígenas que residem em territórios ricos em recursos, mesmo aqueles sob proteção legal.

Fonte:

Mistérios do Mundo

[Amazonas]

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