Lançada em 2020, a sonda Solar Orbiter, da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA), já está há mais de mil dias no espaço e têm feito registros incríveis, incluindo de uma erupção solar gigante. A novidade da vez é que o equipamento capturou imagens curiosas do que parece uma “cobra” serpenteando no Sol.
Na verdade, de acordo com comunicado divulgado pela ESA em 14 de novembro, trata-se apenas de um “tubo” de gases atmosféricos com temperatura mais fria no campo magnético da estrela. Essa formação fria estava suspensa no plasma circundante mais quente da atmosfera solar.
Segundo explica a agência espacial, “o plasma é um estado da matéria em que um gás está tão quente que seus átomos começam a perder algumas de suas partículas externas, chamadas elétrons. Essa perda torna o gás eletricamente carregado e, portanto, suscetível a campos magnéticos”.
A atmosfera do Sol é composta por gases, que são todos plasmas, porque a temperatura é de mais de um milhão de graus centígrados. O plasma na “cobra” segue em um filamento particularmente longo do campo magnético solar que vai de um lado ao outro da estrela.
As imagens impressionantes foram feitas em lapso de tempo a partir de registros do Extreme Ultraviolet Imager a bordo do Solar Orbiter. A gravação está acelerada, pois, na verdade, a “cobra” levou cerca de três horas para completar sua jornada.
Conforme as distâncias envolvidas, o plasma deve ter viajado a cerca de 170 quilômetros por segundo (km/s). “Você está recebendo plasma fluindo de um lado para o outro, mas o campo magnético está realmente distorcido”, descreve David Long, que lidera a investigação.
Confira abaixo o efeito de cobra “serpenteando” pelo Sol:
A “cobra”começou seu trajeto de uma região solar ativa que mais tarde entrou em erupção, ejetando bilhões de toneladas de plasma no espaço. Isso pode significar que o fenômeno foi precursor da explosão.
A erupção foi um dos eventos de partículas energéticas do Sol mais intensos identificados até agora pelo Detector de Partículas Energéticas (EPD) da Solar Orbiter. O plasma dessa erupção, conhecido como ejeção de massa coronal, também foi flagrado por outra sonda: a Parker Solar Probe, da Nasa.
É possível ainda que as descobertas da Solar Orbiter possam nos ajudar a compreender a atividade solar e a maneira como ela pode atrapalhar satélites e outras tecnologias na Terra.
Fonte:
[Espaço]
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