Face do humano “Hobbit” que viveu há 50 mil anos foi reconstruída

Hobbit de Flores

Brasileiro e italianos criam aproximação facial de “Hobbit de Flores”

Utilizando deformação anatômica e um software para modelagem, uma equipe de pesquisadores criou uma aproximação facial inédita da espécie de hominídeo Homo floresiensis. O processo foi detalhado em estudo disponibilizado online na revista OrtogOnLineMag.

O trabalho é uma colaboração entre o designer 3D brasileiro Cicero Moraes e os arqueólogos da Itália Luca Bezzi e Alessandro Bezzi. Todos eles fazem parte do grupo de pesquisa Arc-Team. A equipe baseou seu estudo na aproximação facial forense, técnica que aproxima a face de um indivíduo a partir do seu crânio, usada quando as informações para identificá-lo são escassas.

Conforme conta Moraes a GALILEU, em 2013 e 2015 sua equipe compôs duas mostras sobre evolução humana, uma no Brasil e outra na Itália. Em ambas eles apresentaram aproximações diferentes do H. floresiensis — uma baseada em escultura digital e outra na deformação anatômica de um chimpanzé. “Os anos se passaram e sentimo-nos instigados a aproximar novamente a face para ver como a técnica evoluiu”, afirma o designer 3D.

Confira um vídeo que mostra o processo de aproximação facial do Homo floresiensis:

Para realizar essa nova aproximação, os cientistas importaram na extensão OrtogOnBlender do software Blender 3D uma tomografia computadorizada de um crânio de H.floresiensis, feita pelo antropólogo Peter Brown, da Universidade Emory, nos EUA. O esqueleto contendo a caixa craniana foi descoberto em outubro de 2003 na caverna de Liang Bua, localizada na Ilha de Flores, na Indonésia, e recebeu o nome de “LB1” com as iniciais do local.

Estudos da época mostraram que o esqueleto da caverna, apresentado ao mundo em 2004 como “Hobbit das Flores” (alcunha inspirada na franquia de filmes Senhor dos Anéis), pertenceu provavelmente a uma mulher do gênero Homo. Ela havia morrido entre 16 mil e 18 mil anos antes e tinha apenas 1,06 metro de altura.

Agora, com o OrtogOnBlender, os autores obtiveram uma malha 3D com algumas regiões faltantes do crânio, que foram completadas. A pesquisa contou ainda com a tomografia de fósseis de “doadores virtuais” — primeiro a de um Homo sapiens, depois a de um chimpanzé-comum (Pan toglodytes), que passaram por deformação anatômica para chegarem à estrutura do H. floresiensis.

Fonte:

Revista Galileu

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