Ele pode não ser bonito, mas muito provavelmente você irá invejá-lo: o rato-topeira-pelado é imune aos efeitos do envelhecimento e não tem câncer!
Depois de vários anos estudando enigmas, a respeito da complexa organização social do roedor, os pesquisadores começaram a perceber algo impressionante: quase nenhum dos animais havia morrido!
Na verdade estava vivendo muito mais do que o esperado, não entrava na menopausa, continuava a ter filhotes, como quando jovem.
Além disso, não estavam ficando mais susceptíveis a doenças, nem mais propensos à morte, os vasos sanguíneos permaneciam em boas condições ao longo da vida, com perda insignificante de elasticidade. Com estas revelações inesperadas, o foco dos estudos mudou.
Mesmo vivendo até 32 anos (10 vezes mais que um rato e mais que cinco vezes a idade estimada para seu tamanho), descobriu-se outra coisa: o rato-topeira-pelado não desenvolve câncer.
Uma equipe dos EUA, liderada por Andrei Seluanov e Vera Gorbunova, observou uma produção modificada de ácido hialurônico. Este, dentre outras funções, confere elasticidade à pele, o que tem valor para o roedor, que vive em túneis estreitos.
Observou-se que quando o ácido hialurônico modificado era removido das células do rato-toupeira-pelado, ele tornava-se mais propensos a tumores.
O motivo: porque perdia a inibição por contato. A inibição por contato é um processo anti-cancerígeno importante – que reduz crescimento celular, quando ocorre contato entre células – indicando reprodução celular acentuada, uma característica do câncer.
Pesquisadores também acreditam, que um dos fatores para a longevidade destes ratos está na quantidade limitada de oxigênio no seu habitat subterrâneo.
Com isso, sua taxa metabólica é anormalmente baixa, “poupando” as células de muito trabalho, proliferação e necessidade de muitos reparos celulares.
Outra parte do “segredo”, deve estar em mecanismos diferenciados de multiplicação celular. Durante este processo, nossos cromossomos vão perdendo pequenos pedacinhos dos telômeros.
Estes são partes protetoras do nosso material genético e não se regeneram em células comuns adultas.
Chega um ponto em que, para evitar danos no DNA, que sem os telômeros fica exposto, as células param de se replicar. Aí começa o processo de envelhecimento, fraturas que não se recuperam mais, problemas nas articulações.
Já o rato-topeira-pelado possui enzimas que reconstroem os telômeros, podendo repor células velhas.