Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, estão preparando e filmando as refeições de larvas de moscas negras (Hermetia illucens) para análises científicas.
O propósito é entender como o inseto se alimenta para descobrir como ele pode ser convertido em comida para animais e humanos.
A avaliação das gravações revelou um fenômeno surpreendente no mecanismo de alimentação coletiva das larvas: elas formam uma “fonte” mastigadora. Assista ao vídeo abaixo:
“As larvas se empurram para o alimento, resultando na formação de uma fonte de larvas”, explicaram os cientistas no artigo, publicado no periódico Journal of the Royal Society Interface.
“As larvas rastejam em direção à comida, alimentam-se e são expelidas na camada superior. Esse fluxo de autopropagação expulsa barreiras potenciais, aumentando a taxa de alimentação.”
O fenômeno também é chamado de o “problema da tigela de cachorro” (que limita o número de alimentadores que podem acessar uma refeição comum), e foi observado em vários experimentos – neste estudo, os cientistas usaram pequenas fatias de laranja e uma pizza, que foi devorada em apenas duas horas.
Especialistas indicam que esta fonte poderia ser um caso isolado no reino animal, hipoteticamente tornando as larvas de moscas “únicas entre os insetos catadores”, como os pesquisadores colocaram.
“A ‘fonte de larvas’ pode não ser possível para outras espécies”, eles afirmaram. “As larvas rastejam umas sobre as outras para acessar a comida, enquanto o gado e outros animais terrestres não.
Os peixes evitam tocar uns nos outros, enquanto as larvas se tocam constantemente e, na verdade, não gostam de ficar isoladas.”
Outro fato curioso da pesquisa surgiu na “ordem” de comer a pizza. “Uma vez que as larvas romperam a borda, elas consumiram o queijo mais macio do que o resto da crosta”, escreveram os cientistas.
“Isso indica que o movimento coletivo das larvas lhes permite acessar alimentos que são mais fáceis de serem mastigados.”
Segundo os pesquisadores, o estudo não deve ser tratado como nojento. Cada vez mais artigos demonstram como a incorporação de insetos na dieta humana favorece o meio ambiente.
Além disso, há empresas que já estão usando larvas para a alimentação de animais – no Reino Unido, por exemplo, uma startup criou uma ração de cachorro também feita com larvas de Hermetia illucens.
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