Um novo experimento confirma a existência do “gelo super iônico”, uma forma bizarra de água que pode compor a maior parte dos planetas gigantes de gelo espalhados pelo universo.
Recentemente, no Laboratory for Laser Energetics em Brighton, Nova York, um dos lasers mais poderosos do mundo ‘explodiu’ uma gotícula de água, criando uma onda de choque que elevou a pressão da água a milhões de atmosferas e sua temperatura a milhares de graus.
Raios-X que irradiavam através da gotícula na mesma fração de segundo ofereceram o primeiro vislumbre da água da humanidade sob essas condições extremas.
Os raios X revelaram que a água dentro da onda de choque não se transformou em líquido ou gás superaquecido. Paradoxalmente – mas da mesma maneira que os físicos que olhavam para as telas de uma sala adjacente – os átomos congelaram, formando um tipo de gelo cristalino.
As descobertas, publicadas em 8 de Maio na Nature, confirmam a existência do “gelo super iônico”, uma nova fase da água com propriedades bizarras.
Ao contrário do gelo familiar encontrado em seu freezer ou no pólo norte, o gelo super iônico é preto e quente.
Prevista há 30 anos
Foi a primeira previsão teórica há mais de 30 anos e, embora nunca tenha sido observada até agora, os cientistas acham que esse estado pode estar entre as formas mais abundantes de água no universo.
Não existe na Terra (exceto agora neste laboratório) mas deverá ser muito abundante nos mantos de Urano e de Netuno.
A descoberta do gelo “super iônico” potencialmente resolve o enigma do que são feitos os planetas gigantes de gelo como Urano e Netuno.
Acredita-se agora que eles tenham camadas externas gasosas e químicas misturadas, uma camada líquida de água ionizada, e ainda mais abaixo, uma camada sólida de gelo super iônico que compreende a maior parte de seus interiores e centros rochosos. [Astropt], [Quanta Magazine]
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