Cientistas estão convencidos que as fontes geotermais de Dallol, na Depressão de Danakil, na Etiópia, não podem abrigar vida face às suas condições extremas.
Onde há água, há vida, costuma dizer-se. Porém, cientistas encontraram evidências que sugerem exatamente o contrário num lugar com um dos ambientes mais extremos e inóspitos da Terra: as fontes geotermais de Dallol, na Depressão de Danakil, na Etiópia.
Segundo o Science Alert, a paisagem de Dallol faz-se de uma paleta de cores vibrante, pontuada por lagos com crateras de água hiperácida e hipersalina. À primeira vista, parece um lugar de uma beleza única, mas a verdade é que não convém chegar muito perto.
É este ambiente extremo que faz com que, desde sempre, esta seja uma área de grande interesse para os cientistas. Em 2016, uma expedição tentou descobrir o que — se é que existe alguma coisa — poderia habitar em ambientes estranhos e hostis.
Os resultados desta investigação, publicada apenas há uns meses, mostram a primeira evidência de vida entre as fontes quentes e ácidas: “microorganismos ultra pequenos” que se medem em nanómetros.
Mas, agora, um novo estudo de outra equipa de investigadores, publicado na revista científica Nature Ecology & Evolution, contesta a aparente descoberta, ou pelo menos a sua relevância.
Os investigadores usaram uma variedade de métodos analíticos para analisar uma ampla gama de amostras recolhidas em quatro zonas do complexo geotérmico de Dallol em três expedições entre 2016 e 2018.
Embora tenham detetado evidências de vida baseada na arquea, além de sinais do que podem ser sequências de genes bacterianos, a equipa diz que a maioria destas conclusões foram provavelmente um engano.
“A maioria deles estava relacionada ao conhecido kit de biologia molecular e a contaminantes de laboratório, enquanto outros eram bactérias relacionadas com o Homem provavelmente introduzidas durante visitas intensivas e turísticas ao local”, explicam os autores no seu artigo.
[Zap.aeiou.pt], [Ciência]