Habsburgo: como genes extinguiram linhagem de reis espanhóis

Habsburgo

A casa real de Habsburgo era feita de uma nobreza que que reinava sob ducados e reinos. Eles não gostavam de se misturar com as outras famílias nobres, existia um medo de perder o pedigree do seu sangue.

Por isso casamentos consanguíneos entre primos de primeiro grau, primos de segundo grau e entre tios e sobrinhas acabavam acontecendo em poucas gerações.

Isso acabou criando problemas genéticos como a famosa mandíbula de Habsburgo e alguns sérios problemas de saúde.

Essas condições genéticas fizeram com que aos poucos que esse ramo da dinastia desaparecesse até chegar ao último herdeiro de sua linhagem, Carlos II.

Sua árvore genealógica, seu heredograma, era complexo. Seu pai era tio de sua mãe e seus avós maternos eram primos de primeiro grau e os paternos de segundo grau.

O seu DNA e seus genes condenaram Carlos a uma vida difícil, uma mente e um corpo frágil no topo do seu castelo.

A queda de uma dinastia

Uma hipótese histórica sobre o fim de uma linhagem de reis que dominaram a Espanha entre 1516 e 1700 – e da qual descende a família real brasileira – acaba de ganhar o apoio de evidências genéticas.

Um grupo de pesquisadores espanhóis mostra que a alta frequência de casamentos entre parentes próximos pode ter levado à concentração de problemas genéticos nos descendentes da linhagem espanhola da dinastia Habsburgo e culminado com sua extinção.

O braço espanhol da dinastia Habsburgo foi fundado por Filipe I, que entre 1504 e 1506 foi rei de Castela, hoje parte da Espanha.

Seu filho, Carlos I, ocupou o trono dos reinos de Aragão e Castela a partir de 1516 e tornou-se o primeiro rei da Espanha em 1555, após a unificação do país.

Sob o comando dos Habsburgo, a Espanha alcançou o apogeu de seu poder e influência na Europa. Em 1700, no entanto, o rei Carlos II (tataraneto de Carlos I) morreu sem ter deixado filhos de seus dois casamentos. Então, a linhagem espanhola dos Habsburgo desapareceu e a dinastia francesa Bourbon chegou ao trono espanhol.

Segundo relatos históricos, o rei Carlos II – apelidado de “o enfeitiçado” – era física e mentalmente incapacitado.

Até os quatro anos, ele não falava e só começou a andar aos oito anos. Sofria de problemas intestinais, inchaços nos pés, pernas, abdômen e face, ejaculação precoce e infertilidade.

Morreu aos 39 anos, com aparência de velho, após episódio de febre, dor abdominal, dificuldade respiratória e coma.

Herança genética

Historiadores sugerem que a principal causa dos problemas de saúde do rei Carlos II teria sido a preferência da linhagem espanhola dos Habsburgo por casar com parentes próximos (endogamia), na tentativa de conservar sua herança sempre nas mesmas mãos.

Geralmente há um aumento da incidência de doenças genéticas em filhos de casais consanguíneos, porque existe maior probabilidade de que eles herdem duas versões iguais – uma do pai e outra da mãe – de genes recessivos raros e prejudiciais, em função da existência de ancestrais comuns que carregavam esses genes.

Fonte:

Eco Debate

[Biologia]

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