Hipopótamos de Pablo Escobar estão causando estragos na Colômbia

Pablo

Estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia mostra que animais adquiridos pelo traficante proliferaram e danificam lagos no país

Pela primeira vez, cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e pesquisadores colombianos analisaram os impactos causados pelos hipopótamos de Pablo Escobar.

Publicado na revista Ecology, o estudo mostrou que os bichos estão piorando a qualidade da água na Colômbia – e afetando, assim, outras espécies.

O mamífero, nativo da África Subsaariana, foi adquirido pelo traficante para compor um zoológico privado com outros animais.

Porém, quando Pablo morreu e o zoológico fechou, os hipopótamos, ao contrário dos outros bichos, não se deixaram ser realojados.

Por serem agressivos, eles permaneceram nos terrenos da antiga propriedade de Escobar e formaram uma população selvagem em torno de lagos próximos e do rio Magdalena. Se no início eram apenas quatro espécimes, hoje são pelo menos 80.

Durante dois anos, os cientistas fizeram acompanhamentos regulares da qualidade da água, dos níveis de oxigênio e da estabilidade ​​de isótopos, e comparou com lagos sem hipopótamos.

Os resultados mostraram que as fezes do animal alteram a química e o oxigênio da água, já que funcionam como um potente fertilizante, fazendo com que algas e bactérias nocivas se proliferem. Com isso, faltam oxigênio e nutrientes para outras formas de vida aquática.

Os pesquisadores estimam que a população de hipopótamos continuará a crescer nos próximos anos. Isso resultará, provavelmente, em problemas com outras espécies, como peixes-boi, jacarés e tartarugas gigantes que habitam rios próximos.

No entanto, atualmente não há planos de expulsar esses convidados indesejados. Afinal, as espécies são tão agressivas quanto os agentes do cartel de drogas, matando cerca de 500 pessoas por ano em sua terra natal na África.

O pesquisador acrescentou: “Este estudo sugere que há alguma urgência em decidir o que fazer sobre eles. A questão é: o que devemos fazer? ”

Fonte:

Revista Galileu

[Natureza]