IA pode prever onde um crime pode ocorrer com 90% de precisão

IA pode prever onde um crime pode ocorrer

Inteligência artificial pode prever crimes antes que eles aconteçam

O filme “Minority Report”, lançado em 2002, mostra um mundo onde uma inteligência artificial é capaz de prever crimes antes que eles aconteçam. Apesar de parecer algo muito distante, uma IA com capacidade de fazer prognósticos de crimes já existe e foi testada em diversas partes dos Estados Unidos.

Mas calma, ao contrário do que acontece na ficção, o recurso não deve ser usado pelas forças policiais de forma mal intencionada; pelo menos segundo seu criador.

Ishanu Chattopadhyay, professor da universidade de Chicago, é o responsável pelo projeto. A IA consegue prever onde e quando um crime pode ocorrer com 80 a 90% de precisão. Em entrevista à BBC, o desenvolvedor explicou que a ferramenta não deve ser usada pela polícia como uma forma de punir as pessoas simplesmente pois não tem capacidade para isso.

“As pessoas temem que isso seja usado como uma ferramenta para colocar as pessoas na prisão antes que cometam crimes. Isso não vai acontecer, pois não tem capacidade para fazer isso”, declarou Chattopadhyay.

Inteligência artificial que prevê crimes

A preocupação com isso tem fundamento, já que IAs do tipo utilizada por forças policiais já causaram problemas. Entre 2020 e 2021, por exemplo, o sistema ShotSpotter, que detectava tiros disparados em Chicago, foi usado pela polícia e o resultado foi desastroso: prisões injustas e mortes sendo colocadas na conta do software.

Chattopadhyay reconhece o problema e diz que sua inteligência artificial capaz de prever crimes deve ser usada como uma ferramenta social e política ao invés de policial. O criador também diz ter tomado cuidado com vieses para evitar racismo e preconceito por parte da ferramenta.

“Ela apenas prevê um evento em um local específico. Ela não diz quem vai cometer o evento ou a dinâmica ou mecânica exata dos eventos. Não pode ser usada da mesma forma que no filme Minority Report”, explica. Ainda não há dados sobre como a inteligência artificial que prevê crimes vai ser aplicada no mundo real. O sistema, por enquanto, passou apenas por testes.

“Meus companheiros e eu temos falado muito que não queremos que isso seja usado como uma ferramenta de política puramente preditiva. Queremos que a otimização de políticas seja o principal uso dele. Temos que habilitar isso, já que apenas colocar um papel e ter o algoritmo não é suficiente. Queremos que o prefeito ou administradores usem o modelo gerado para fazer simulações e informar a política”, finaliza o homem.

Fonte:

Olhar Digital

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