Sismógrafo foi instalado em Marte em 2018 para estudar as características do interior do planeta vermelho.
Quase um ano após ser enviado a Marte, um sismógrafo da missão americana InSight registrou em 6 de abril pela primeira vez um terremoto no planeta vermelho.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (23) pela agência espacial francesa CNES, responsável pelo sismômetro que detectou o fenômeno.
“É formidável finalmente ter um sinal de que ainda há uma atividade sísmica em Marte”, disse Philippe Lognonné, pesquisador do Instituto de Física da Terra de Paris.
“Estávamos esperando há meses o nosso primeiro terremoto marciano”, acrescentou o “pai” deste sismógrafo francês SEIS (Seismic Experiment for Interior Structure).
O aparelho foi instalado em 19 de dezembro em solo marciano, graças a um braço robótico da sonda InSight, que chegou ao planeta vermelho em 26 de novembro.
O objetivo da operação é, por meio de registro de terremotos, estudar a história da formação de Marte.
E mesmo se esse primeiro tremor foi muito fraco para fornecer dados úteis sobre o interior do planeta, ele “marca o nascimento oficial de uma nova disciplina: a sismologia marciana”, segundo Bruce Banerdt, cientista-chefe da missão dentro Nasa.
De acordo com os cientistas, ainda é necessário confirmar se o terremoto foi registrado dentro do planeta e se não foi o efeito do vento ou de outras fontes de ruído.
Três outros sinais, mas ainda mais fracos que o de 6 de abril, foram detectados nos últimos dois meses.
Marte não possui placas tectônicas, elemento que geralmente está na origem dos tremores na Terra. Mas os dois planetas, assim como a Lua, podem registrar um outro tipo de fenômeno sísmico, provocado por falhas ou fraturas em sua superfície.
O excesso de peso ou condições ligadas ao resfriamento podem contribuir para esse tipo de tremor.
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