Médicos capturam luz Cherenkov sendo gerada dentro de globo ocular

Cherenkov

Pacientes com câncer submetidas à radioterapia relatam ter visto flashes de luz na frente dos olhos durante o tratamento – mesmo quando os olhos estão fechados.

Agora, esse mistério de longa data pode ter sido resolvido: Cientistas captaram a luz de Cherenkov pela primeira vez.

Os pacientes documentados na literatura médica descreveram ver uma luz de néon azul, às vezes acompanhado de um “cheiro branco” durante o tratamento com radiação. Ao longo do tempo surgiram várias teorias que tentavam explicar o fenômeno.

Uma delas, que agora se provou estar correta, diz que luz suficiente está sendo produzida dentro do olho para causar essas sensações visuais.

É o que chamamos de emissões de Cherenkov ou radiação de Cherenkov, o mesmo efeito que faz com que os reatores nucleares brilhem em azul quando estão debaixo d’água.

A luz de Cherenkov é uma radiação electromagnética que é emitida quando uma partícula carregada passa através da matéria a uma velocidade superior à velocidade da luz na água, produzindo uma explosão sonora, que ocorre quando, por exemplo, um avião viaja mais rápido do que a velocidade do som.

Para capturar os flashes da luz de Cherenkov, os pesquisadores utilizaram um sistema de imagem de câmera CDose, especialmente projetado para visualizar as emissões de luz de sistemas biológicos.

Luz de Cherenkov visto em olho de paciente. (Imagem: Lesley Jarvis)
Luz de Cherenkov visto em olho de paciente. (Imagem: Lesley Jarvis)

Após capturar as imagens eles observaram que, a medida que o feixe de radiação passa pelo olho, a luz é gerada dentro do líquido vítreo.

O dados em tempo real mostraram rigorosamente que a quantidade de luz produzida é suficiente para provocar uma sensação visual.

“Embora teorias sobre estimulação direta do nervo, cintilação da lente e fótons bioluminescentes ultra-fracos não possam ser descartadas, parece claro que a produção de luz Cherenkov no olho é quantificável e significativa”, concluíram os pesquisadores em seu artigo publicado.

A pesquisa foi publicada na International Journal of Radiation Oncology, Você pode acessá-la clicando aqui.

Fonte:

Science Alert

Tradução e adaptação:

Sociedade Científica