Na vastidão de Marte, o rover Perseverance deparou-se com um fenômeno intrigante: milhares de rochas brancas espalhadas pela cratera Jezero. A tonalidade esbranquiçada das rochas, ao contrário do avermelhado característico da superfície marciana, intrigou os pesquisadores.
Candice Bedford, uma cientista planetária da Universidade de Purdue e membro da equipe de ciências do Mars 2020, expressou perplexidade com a descoberta durante a Conferência de Ciência Lunar e Planetária.
As rochas (com várias texturas e composições diferentes) foram denominadas “flutuadoras” pelos cientistas por terem sido deslocadas de suas localizações originais. Análises iniciais indicam desidratação e uma depleção de minerais, incluindo ferro, magnésio, cálcio e sódio.
Importância das rochas
Os cientistas acreditam que entender suas origens poderia lançar luz sobre a história geológica de Marte, particularmente no que diz respeito à atividade hídrica passada na cratera Jezero.
Apesar da abundância de flutuadores, a ausência de afloramentos — rochas-matrizes com propriedades semelhantes — acrescenta ao mistério.
Bedford e sua equipe hipotetizam que as rochas passaram por aquecimento e metamorfose, provavelmente devido à atividade vulcânica ou impactos de asteroides em outras partes de Marte, antes de serem depositadas na cratera.
Este processo, eles suspeitam, ocorreu relativamente recentemente na história da cratera.
O potencial científico total dessas amostras só pode ser realizado quando forem trazidas de volta à Terra.
Benjamin Weiss, cientista planetário do MIT, enfatiza o impacto revolucionário do retorno de amostras marcianas, permitindo a datação precisa e aprofundando nossa compreensão da evolução do Planeta Vermelho.
No entanto, questões persistem quanto ao programa de Retorno de Amostras de Marte (MSR) liderado pela NASA. Preocupações com custos excessivos levaram a uma revisão da arquitetura do programa, com um plano e orçamento revisados esperados em breve. A alocação de fundos para MSR no orçamento do ano fiscal 2025 da NASA permanece incerta, aguardando o resultado da revisão.
Embora o Perseverance já tenha concluído sua missão principal, ele continua a explorar a superfície de Marte, aproximando-se da borda da cratera Jezero. A câmera de longa distância do rover capturou mais avistamentos de rochas de tonalidade clara nesta área, aumentando ainda mais a curiosidade científica.
Além das rochas enigmáticas, os cientistas estão ansiosos para explorar a geologia única da borda da cratera, que pode conter pistas sobre o clima inicial de Marte e potenciais bioassinaturas. Lisa Mayhew, pesquisadora da Universidade do Colorado, Boulder, destaca a importância de amostrar rochas de terrenos adjacentes como Nili Planum, que poderiam fornecer insights inestimáveis sobre a habitabilidade passada de Marte.
Fonte:
[Marte]
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