Mudança pode afetar mapas de navegação e sistemas de GPS
Nosso planeta é uma estrutura em constante mutação, e seus polos magnéticos são um exemplo disso. Estes pontos, que indicam as linhas magnéticas do ímã gigante que é a Terra, estão constantemente mudando de posição.
O polo norte magnético está variando tanto e tão rapidamente do Ártico canadense em direção à Sibéria que os cientistas da NCEI (Centros Nacionais de Informação Ambiental) dos EUA foram forçados a atualizar o Modelo Magnético Mundial (WMM, na sigla em inglês) no meio do ciclo previsto.
Essas variações ocorrem em função de fluxos imprevisíveis no núcleo da Terra. “Devido a variações não planejadas na região do Ártico, os cientistas lançaram um novo modelo para representar com mais precisão a mudança do campo magnético.
Tipicamente, uma versão nova e atualizada do WMM é lançada a cada cinco anos. Com o último lançamento em 2015, a próxima versão está prevista para lançamento no final de 2019.
Devido a essas variações não planejadas, os cientistas lançaram um novo modelo para representar com mais precisão a mudança do campo magnético entre 2015 e agora”, explica um texto publicado no site da organização.
Segundo a NCEI, esta atualização fora de ciclo, antes do lançamento oficial do WMM2020, no próximo ano, foi feita para garantir a segurança de navegações militares, voos aéreos comerciais, operações de busca e salvamento e outras atividades que operam em torno do Pólo Norte.
Essa mudança brusca pode soar apocalíptica, mas não é motivo para alarme
Segundo matéria do portal IFLS, nos últimos 780.000 anos, registros fósseis indicam que os polos se movimentaram e mudaram várias vezes, sem nenhum dano reconhecível aos organismos vivos.
Registros geológicos recentes até indicam que nosso campo magnético está enfraquecendo, um fenômeno que pode ou não levar à reversão dos pólos geomagnéticos.
Mas mesmo se este fosse o caso, isso não significa o caos e a destruição. A vida continuaria normalmente, embora mudanças no campo magnético possam ter repercussões importantes para smartphones, produtos eletrônicos e tecnologia de navegação.
Como o norte magnético está “passeando” pela superfície da Terra, a declinação magnética, o ângulo entre o norte magnético e o norte verdadeiro, muda com o tempo. D
esde 1831, o pólo norte magnético no norte do Canadá está se movendo pelo Ártico rumo à Rússia. A imagem abaixo essa movimentação nas últimas cinco décadas:
“As placas (tectônicas) se movem lentamente e funcionam como uma espécie de gravador, deixando informações sobre a força e a direção de campos magnéticos passados.
Através da amostragem dessas rochas e usando técnicas de datação radiométrica, foi possível reconstruir a história do campo magnético da Terra por aproximadamente os últimos 160 milhões de anos.
Se a pessoa ‘toca a fita para trás’, o registro mostra o campo magnético da Terra fortalecendo-se, enfraquecendo-se e, muitas vezes, alterando a polaridade”, escreveu o NCEI em outra postagem a respeito do tema.
Organizações como a NASA utilizam o “norte” oferecido pelo WMM, assim como empresas de smartphones e outros produtos eletrônicos também contam com o WMM para fornecer aos consumidores aplicativos precisos de bússola, mapas e serviços de GPS.
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